segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A "loucura" do profeta Balaão - Estudo sobre a cobiça





 Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores. 1 Timóteo 6:10


ESBOÇO

I. A queda de um profeta



A. Balaão reconhecia que só poderia fazer e dizer o que Deus ordenasse. Então, por que ele continuou tentando acomodar os desejos de Balaque para amaldiçoar Israel? Porque Deus deu a Balaão certa permissão para ir a Balaque? Por que o anjo apareceu no caminho da jumenta? Como Deus mostrou graça a Balaão?


B. De acordo com Apocalipse 2:14, como finalmente Balaão encontrou um meio de atender aos desejos de Balaque de prejudicar Israel?


Tenho, todavia, contra ti algumas coisas, pois que tens aí os que sustentam a doutrina de Balaão, o qual ensinava a Balaque a armar ciladas diante dos filhos de Israel para comerem coisas sacrificadas aos ídolos e praticarem a prostituição. (Apoc. 2:14)


II. Consciência do perigo do namoro sem compromisso


A. Seremos como Balaão, tentando dançar sobre uma estreita linha de obediência a Deus e, ao mesmo tempo, tentando acomodar nossos próprios desejos?


B. As bênçãos involuntárias de Balaão sobre Israel trazem um belo quadro de um povo que era frequentemente fraco e rebelde. Que desejos essas bênçãos despertam em seu coração?


III. Nossa escolha – Ser o leão de Deus ou a presa de um leão?


A. Embora sejamos semelhantes a Israel em sua fraqueza para cair presa pela tentação, o que podemos fazer para morrer “a morte do justo” que Balaão profetizou? O que devemos fazer para evitar a queda de Balaão?


B. Como podemos atingir as bênçãos previstas por Balaão para pertencermos ao grupo dos filhos de Deus?


Resumo: Um profeta que no passado fora fiel se desencaminhou pela cobiça da recompensa de um rei mundano.


A Bíblia está cheia de personagens enfeitiçados pela cobiça, desde o rei Acabe e seu desejo assassino pela vinha de Nabote (1Rs 21até Judas, que traiu Jesus por trinta moedas de prata (Mt 26:15  - Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E pagaram-lhe trinta moedas de prata)


Como as histórias bíblicas de cobiça, inclusive a história desta semana sobre Balaão, ajudam a explicar por que Deus detesta a cobiça?

Pense por um momento no primeiro e no último mandamento. "Não terás outros deuses diante de Mim" (Êx 20:3), diz o primeiro. 



Quatorze versos adiante, o décimo mandamento de Deus reverbera sobre a nuvem no Monte Sinai: "Não cobiçaras" (Êx 20:17). 


Por que Deus escolheu encerrar os mandamentos com uma ordem contra um pecado aparentemente insignificante, se comparado com o homicídio ou a adoração de ídolos?


Nesta semana, aprendemos que a história de Balaão – um relato aparentemente cômico de uma mula falante empacada diante de seu senhor agressivo – trata realmente do ímpeto com que a cobiça pode esmagar nossas melhores intenções. 


A princípio, podemos ser tentados a considerar Balaão mais como um estúpido que como um louco. Quem, afinal, ainda tentaria amaldiçoar o povo de Deus depois que a altercação de uma jumenta e de uma dura advertência feita por um anjo esgrimindo uma espada – para não mencionar aquelas palavras diretas de Deus – exigia o contrário? Mas logo aprendemos que o intenso desejo de recompensa por parte de Balaão eclipsou tanto seu bom senso quanto seu compromisso com Deus.


Se a vontade de Deus não estiver guiando nossa vida, a cobiça manterá as rédeas? 


Se não adoramos a Deus, diante de quem ou do que estamos ajoelhados? 


Como podemos evitar que a cobiça usurpe o lugar de Deus na vida de cada um de nós?


Um olhar à nossa agenda diária provavelmente revelaria muito sobre nossas prioridades. 


Embora seja fácil dizer que Deus tem a precedência, frequentemente, a maneira de gastarmos nosso tempo sugere o contrário. Onde Deus está em nossa lista de afazeres?
COMENTÁRIO BÍBLICO


As histórias a seguir revelam como a cobiça está realmente longe de ser insignificante, e sugere a razão pela qual Deus escolheu concluir Sua lei eterna como fez – 


Ele sabia com quanta facilidade aquilo que cobiçamos pode se tornar realmente o “outro deus” que corremos o perigo de pôr diante do Senhor. 


Em Josué 6 e 7 e, novamente, em 2 Reis 5, aprendemos o que acontece quando a cobiça expulsa Deus de nossa vida – quando se torna idolatria.


I. O disfarce de Acã

A história de Acã em Josué 6 e 7 sugere que a cobiça, apesar das elaboradas tentativas de escondê-la, nunca afeta apenas o culpado. Com a derrocada dos muros de Jericó ainda ecoando em seus ouvidos, os israelitas vitoriosos foram informados de que os espólios da cidade amaldiçoada não estavam disponíveis para todos. Mas alguém desconsiderou a proibição explícita de Deus sobre a pilhagem. Em meio ao caos depois da batalha, Acã surrupiou uma suntuosa vestimenta, dois quilos e quatrocentos gramas de prata e uma barra de ouro de seiscentos gramas (NVI). 



Certamente, ninguém haveria de descobrir seu saque, pensou consigo mesmo o presunçoso Acã e, satisfeito, escondeu tudo debaixo de sua tenda. Devido a uma esmagadora derrota militar, Josué implorou que Deus explicasse a súbita inversão de destinos. “Não estarei mais com vocês, se não destruírem do meio de vocês o que foi consagrado à destruição”, Deus disse a Josué (Js 7:12, NVI)


Na confissão de Acã, aprendemos como a cobiça é uma porta aberta para furto e fraude: “ ‘Eu os cobicei e os tomei; estão escondidos na terra, no meio da minha tenda” (v. 21, NVI).


Os despojos que Acã carregou de Jericó podem parecer sem importância, e seu castigo pode parecer excessivo, mas a história ilustra como é perigoso deixar que nossos desejos obscureçam os mandamentos de Deus e, pior ainda, agir como se não existissem.


Que evidência existe de que Balaão acreditava que podia esconder de Deus sua cobiça? Note sua resposta a Deus em Números 22:34: “Não percebi que estavas parado no caminho para me impedires de prosseguir” (NVI)


Balaão pode não ter visto o anjo armado bloqueando o caminho para Moabe, mas será que ele realmente achava que podia fazer Deus de bobo, fingindo que seu comportamento era honesto, especialmente depois das anteriores advertências de Deus contra seu curso de ação? Que passos podemos dar para evitar a presunção de Balaão?


II. A audácia de Geazi


Em 2 Reis 5, Naamã, tendo acabado de sair livre da lepra depois do sétimo mergulho no rio Jordão, insistiu com o profeta Eliseu para que aceitasse seus presentes de gratidão. Sempre humilde, Eliseu recusou aceitar o crédito pelo milagre e despediu Naamã, mas seu servo Geazi decidiu correr atrás deste, dizendo: “Juro pelo nome do Senhor que correrei atrás dele para ver se ganho alguma coisa” (v. 20, NVI). Geazi logo alcançou Naamã e convenceu o capitão de que Eliseu havia mudado de ideia sobre os presentes. Sua mentira lhe rendeu 35 quilos de prata e duas mudas de roupas finas (NVI).


O interessante nessa história de Geazi é sua audácia. Tendo acabado de voltar de sua incumbência ilícita, Geazi não se esquivou atemorizado; não! Ele imediatamente se apresentou a Eliseu, aparentemente esquecendo-se de que o profeta de Deus provavelmente sabia o que ele havia feito. Ou talvez ele pensasse que Eliseu veria seu lado das coisas. Voltando de sua cobrança da benevolência de Naamã, Geazi provavelmente se perdoou com muitas justificativas – ele era um servo, afinal, e nem mesmo de um rei ou capitão, mas de um profeta comparativamente humilde. 


Um par de novas roupas viria a calhar. Geazi pode até ter se convencido de que a necessidade, e não a cobiça, motivara suas ações. Mas a distorção da história nunca muda as consequências do pecado. Geazi foi ferido da mesma lepra de Naamã. Deus não considera de pouca importância a cobiça – nem nossas tentativas de racionalizá-la.


Comente: Tirando proveito da generosidade de Naamã, Geazi transformou um presente no pecado da cobiça. 


No estudo desta semana, como a cobiça de Balaão corrompeu o dom de profecia? E seu melhor juízo? 


Como Deus reage quando buscamos Seu poder para maus propósitos e, então, tentamos justificar nossas ações? 


Pense nos dons que Deus lhe deu. Você tem sido tentado a usá-los para propósitos que sabe estarem em conflito com Seus planos divinos?


Perguntas para reflexão


1. “Não existe doença pior que a cobiça”, disse Chanakya, político e antigo escritor indiano. 


Como a cobiça apanhou Balaão como uma doença? Quando ele a “contraiu”? 
Quais são seus “sintomas”? 
Qual é o antídoto para a cobiça? 
As histórias de Acã e Geazi oferecem pouca promessa de cura. A história de Balaão dá mais esperança? Explique.

2. “A caridade enriquece; a cobiça empobrece”, diz um provérbio alemão. 


Acã escondeu o fruto de seu roubo. 
Geazi ocultou seus presentes conseguidos ilicitamente, e fingiu não ter feito nada de errado. 
Balaão se levantou cedo para viajar para Moabe com os embaixadores de Balaque, como se pudesse chegar antes de Deus. 


Por que tantas vezes somos tentados pela cobiça quando sabemos que não vamos desfrutar seus resultados? 


A cobiça não só rouba a alegria, mas – e talvez isso seja mais perturbador – rouba também nossa consciência. 


Quando cedemos à cobiça, somos deixados moralmente mais pobres. Por que a cobiça ainda parece ser uma tentação atraente para a maioria de nós?


Perguntas de aplicação


1. Muitos de nós vivemos em uma sociedade terrivelmente materialista. Todo dia, somos bombardeados por esquemas de marketing que procuram anular nosso bom senso e nos convencer a gastar nosso dinheiro – frequentemente, antes mesmo de ganhá-lo. A mensagem deles é clara: você pode comprar identidade, sucesso, amor, felicidade, talvez até mesmo a salvação. 


Como os princípios bíblicos de mordomia (que diz que não somos donos de nada, Deus é o dono de tudo, e somos apenas administradores dos Seus bens e dons) podem ajudar os cristãos a permanecer fiéis em um mundo que parece girar ao redor do consumismo? 


Como a última parte do Salmo 62:10 sugere que o cristão deve manter dinheiro e posses na perspectiva correta?

2. Comente o conceito de “desejo saudável”. 


Por que é bom, ou não é bom, encontrar motivação nas necessidades? 


Por exemplo, sem contas a pagar, família para sustentar e poupança para o futuro, alguns de nós podemos ser um pouco menos produtivos no trabalho. Mas em que ponto um desejo aparentemente inócuo se torna cobiça? 
Como o cristão pode evitar que os desejos se transformem em uma cobiça devoradora?


Nesta semana, aprendemos o que acontece quando pomos a cobiça à frente de Deus. 


Encoraje as pessoas a tomar ação decidida em sua vida – passatempos, preocupações, prioridades. Onde entra Deus em cada categoria?


Às vezes, a cobiça é disfarçada facilmente. “Com a boca, professam muito amor, mas o coração só ambiciona lucro” (Ez 33:31). 


Assim como Geazi trapaceou Namaã com sua história inventada de dois servos necessitados, somos, às vezes, tentados a emoldurar nossos desejos como necessidades de outros? 


Avalie a motivação que conduziu suas decisões nesta semana. Com a ajuda de Deus, que passos práticos você pode dar para se assegurar de que a passagem acima não descreve suas ações?



Extraído de: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2009/frlic1042009.html

domingo, 29 de novembro de 2009

A "loucura" do profeta Balaão II







Introdução


Histórias saborosas, que mesclam tragédia com humor, sempre despertam a atenção das pessoas. E ganharam espaço nas páginas da Bíblia aquelas que contêm alguma preciosa lição para o povo de Deus.


Eis alguns dos elementos que fazem parte do estudo desta semana:
  • Um profeta que não vivia com o povo de Deus nem foi reconhecido como profeta por nenhum escritor bíblico. Proclamava-se capaz de ver e ouvir Deus, mas deixou de atender às instruções mais claras que recebeu diretamente do Senhor, chegando a enxergar menos do que um asno.
  • Um rei pagão e trapalhão, a quem o povo de Israel tinha ordens de não atacar, se dispôs a pagar uma quantia incalculável para que o suposto profeta derrotasse os israelitas numa batalha espiritual.
  • O povo de Israel foi vitorioso e abençoado enquanto Deus conteve ou dirigiu o estranho profeta, mas caiu fragorosamente diante da sugestão maliciosa do mesmo profeta de se reunir com os midianitas para uma festa em homenagem a Baal.
Como disse Wiersbe: “Satanás, muitas vezes, vem como um leão devorador, mas se isso falha, ele ataca novamente como uma serpente enganadora.” O estudo desta semana certamente nos ajudará a ficar mais atentos em relação a essas artimanhas, mas principalmente nos ensinará a prestar mais atenção à graça e à bondade de Deus.


I Um rei temeroso e iludido


Época: os fatos narrados em Números 22 a 24 ocorreram durante a última grande parada de Israel, antes de entrar em Canaã. Como aconteceu nas duas paradas prolongadas anteriores (em Sinai e Cades), esse foi um período de preparação, recapitulação das promessas, das leis e também com a ocorrência de apostasia. Isso se deu perto do fim do ano 40 desde a saída do Egito.


Local: Planícies de Moabe, com área de cerca de 150 km2. Algum tempo antes, esse território tinha sido conquistado pelos amorreus, mas conservava o nome dos antigos dominadores. Corresponde a uma parte do que hoje é a Jordânia.


Israel havia peregrinado desde o sul até Basã, ao norte, que se situava a leste do Lago da Galileia, e então voltado para o sul e acampado nessas planícies, em frente a Jericó. Nessa movimentação, havia derrotado os poderosos reis Ogue (de Basã, ao norte) e Seom (dos amorreus, mais ao sul).


O tempo (os 40 anos de peregrinações) estava quase cumprido. Em algum momento viria a ordem para levantar o acampamento, atravessar o Jordão e entrar na Terra Prometida, mas antes de isso ocorrer Israel teve que enfrentar inimigos ocultos como o rei moabita (dos descendentes de Ló), os líderes midianitas (descendentes de Abraão e Quetura), e Balaão, por eles importado a peso de ouro da Mesopotâmia, para lançar maldições contra o povo de Deus.


O rei Balaque (significa saqueador) sabia que não conseguiria vencer Israel numa guerra convencional, por isso teria que apelar para uma guerra espiritual. 


Mas ele não confiou nos seus deuses, mandou emissários empreenderem uma viagem de cerca de duas semanas (650 km) para trazerem, a qualquer custo, Balaão, que vivia em Petor, na Mesopotâmia (atual Iraque), o qual conhecia o Deus de Israel.


Ellen White disse: “Balaão havia sido um bom homem e profeta de Deus, mas apostatara e se entregara à cobiça, enquanto professava ainda ser servo do Altíssimo” (Patriarcas e Profetas, p. 439). [Aliás, não deixe de ler todo esse capítulo 40 do livro Profetas e Reis, que dá algumas informações sobre Balaão, as quais diferem de todos os comentaristas bíblicos.]

Voltando a Balaque, nesta primeira parte, a lição leva a duas reflexões:



1. Até o rei moabita havia ouvido sobre os grandes feitos do Deus de Israel e as vitórias de Seu povo, por isso os temia.

2. Como em tantas outras circunstâncias, esse temor, que deveria levar à obediência, acabou desembocando numa solução completamente estranha: chamar um suposto profeta para amaldiçoar o povo abençoado por Deus.



II Balaão


A Bíblia não dá muitas informações biográficas. Cada personagem aparece pronto, construído, desempenha seu papel e passa para a história, deixando as consequências dos seus atos que interagem com a marcha do povo de Deus.


É isso que ocorre com Balaão. Tudo o que sabemos sobre ele vem da análise de sua participação nesses episódios com Balaque:


1. Devia ser muito famoso como homem de grande poder espiritual para que Baraque tivesse informações sobre ele e tamanha admiração, a ponto de contratá-lo com enormes despesas.

2. Ele vivia longe do povo de Deus, num país distante, mas se comunicava com Deus de maneira direta. Deus lhe respondia e ele entendia claramente a vontade de Deus.


Ele buscava a Deus por sua própria iniciativa (Num. 22:8, 19; Num. 23:3, 15) e Deus ia ao seu encontro (Num. 22:22; 24:1, 2).


3. Apesar dos seus defeitos evidentes (teimoso, ambicioso, mercenário, dissimulado) foi portador de uma importante profecia messiânica.


Não há nenhuma impossibilidade nisso, pois na Bíblia a profecia e outros dons de revelação são considerados sinais de inspiração, mas não de santidade. Deus pode usar qualquer pessoa (ou até um animal, como no caso de Balaão) sem que isso signifique atestado de santidade ou de salvação.


4. Outras informações sobre Balaão aparecem em textos que serão estudados na próxima lição (Nm 25; Num. 31:8-16; Ap 2:14) e outros do Novo Testamento (Jd 11; 2Pe 2:15).



III Confronto sobrenatural


Nesta parte, a lição analisa o episódio da jumenta, que o apóstolo Pedro (2Pe 2:16) chamou de a insensatez do profeta.


Veja esta contribuição de Gordon Wenham: “Da mesma forma que Balaão cavalga sua mula até ser detida pelo anjo do Senhor, Balaque igualmente impulsiona Balaão a amaldiçoar Israel até que é detido pelo seu encontro com Deus. Da mesma forma como Deus abriu a boca da mula, Ele colocou as Suas palavras na boca de Balaão, para declarar a Sua vontade. Este paralelismo entre Balaão e a mula sugere que a capacidade de declarar a palavra de Deus não é necessariamente sinal de santidade de Balaão; revela apenas que Deus pode usar qualquer pessoa (e até um animal) para ser Seu porta-voz.”


Noutro ponto, o mesmo teólogo destaca: “Os atos e palavras da mula preveem os problemas que Balaão estava para enfrentar. A mula ficou três vezes entre a espada do anjo e a vara de Balaão. Logo Balaão iria se encontrar três vezes entre os pedidos de Balaque e as proibições de Deus. Mediante esse terceiro encontro com Deus, Balaão ficou sabendo que Deus usa uma espada, e que a desobediência significa morte.”


O mesmo Deus que abriu a boca da jumenta também abriu os olhos de Balaão para que visse o Anjo temível que estava no caminho com sua espada desembainhada. Finalmente, Balaão fez alguma coisa certa e se prostrou com o rosto em terra, e o Anjo lhe disse que a jumenta tinha salvo sua vida.
Em seguida, Balaão disse: “pequei” (Num. 22:34) e, surpreendentemente, o Anjo do Senhor lhe disse: “Vai com esses homens” (Num. 22:35, comparar com v. 20), mas para declarar as palavras de Deus e não para se submeter aos desejos de Balaque.


Feito esse acordo com Deus, Balaão concluiu a viagem e se apresentou a Balaque, antecipando que ele não estava livre a não ser para falar o que o Senhor colocasse em seus lábios.


IV “A morte dos justos”


Esta parte da lição se refere aos capítulos 23 e 24 de Números, os quais apresentam as primeiras três bênçãos ou profecias de Balaão proferidas à vista do povo de Deus.


Como preparação, Balaão orientou Balaque a construir sete altares e sobre cada um sacrificasse um bezerro e um carneiro, e ainda pediu que Balaque se envolvesse pessoalmente e ficasse junto ao holocausto até que Deus desse ao profeta as palavras que deveria dizer.


Balaão se afastou e buscou a orientação de Deus. Como resposta, veio uma profecia. O mesmo aconteceu após mais duas tentativas ou insistências de Balaque, sempre precedidas da mesma preparação.


1. A primeira profecia (Num. 23:7-10):  


Este povo habitará só (“não será considerado como qualquer nação”, diz a NVI). Conforme a profecia, antes dada a Abraão, não se poderá contar o número dos seus descendentes. Deus tem um fim glorioso para todos os que fazem parte (verdadeiramente) do Seu povo (tanto que o próprio Balaão gostaria de ser incluído nessa bênção).

2. A segunda profecia (Num. 23:21-24): 


O Senhor é o Deus e o Rei de Israel. Ele já havia provado isso por muitas evidências e jamais desapontaria o Seu povo. Esse povo se levantará como um leão e prosseguirá vitorioso até derrotar o último dos seus inimigos.

3. A terceira profecia (Num. 24: 5-9): 


Assim como Israel estava acampado de forma ordeira e bela, o futuro da nação seria de progresso e prosperidade, com completa supremacia sobre seus inimigos. Israel seria abençoado e seria também uma bênção entre as nações.


O relato bíblico informa que, após pronunciar esse oráculo, Balaque perdeu completamente a paciência com o profeta que trouxera de tão longe, prometendo régio pagamento para que amaldiçoasse Israel. Interrompeu-o batendo palmas (Num. 24:10) e o despediu sem pagamento nenhum.


V. Estrela e cetro


Antes de ir embora, Balaão fez uma profecia final, apoteótica, sem aqueles elaborados sacrifícios preliminares, e é dessa quarta profecia de Balaão que trata a lição a seguir.


4. A quarta profecia (Num. 24:15-25): 


Uma estrela procederá de Jacó, o Rei que reinará em Israel no futuro (o profeta sentia uma lacuna cronológica entre a sua visão e a vinda do Messias) vencerá a todos os inimigos (e Balaão cita os inimigos daquele tempo como exemplos da dominação e vitória final do Messias).


No decorrer dos séculos, essa profecia foi considerada uma visão do Messias, cujo nascimento seria marcado pelo aparecimento de uma estrela do oriente.


É impressionante Deus ter dado essas profecias através de um ex-profeta ganancioso ou apostatado em vez de colocar as palavras nos lábios de um consagrado profeta de Israel.


As profecias de Balaão foram citadas por profetas posteriores (Jr 48:45 cita Nm 24:17; Dn 11:30 cita Nm 24:24; e Sl 110 contém várias alusões a Nm 24:15-19).


Nota final: Veja no estudo da próxima semana outra reviravolta surpreendente na vida de Balaão e seu fim trágico, o que justifica as menções nada elogiosas do Novo Testamento ao personagem desta semana.


Márcio Dias Guarda
Mestre em Teologia
Editor de Livros na Casa Publicadora Brasileira





O pecado de Moisés e Arão





“Suba ao ponto mais alto do Pisga e olhe para o norte, para o sul, para o leste, e para o oeste. Veja a terra com os seus próprios olhos, pois você não atravessará o Jordão” (Deuteronômio 3:27, NVI).



Leituras da semana: Nm 2021Jo 3:14, 15Tg 4:4-15


Depois de anos de peregrinação no deserto, Israel finalmente alcançou Cades-Barneia, na fronteira meridional da Terra Prometida. Depois de tudo pelo que eles haviam passado, todas as difíceis lições que o Senhor procurou ensinar-lhes, todos os juízos poderosos pronunciados sobre os que se haviam rebelado abertamente, pode-se pensar que esse povo estivesse finalmente preparado para que o Senhor o usasse ao seu pleno potencial. Como sabemos, não foi isso que aconteceu.


Nesta semana, vamos estudar um assunto presente em toda a Bíblia: a misericórdia e a graça de Deus em contraste com a infidelidade, o pecado e a ingratidão de Seu povo. Desde Adão e Eva, no Éden, até a igreja de Laodiceia de hoje (Ap 3:14-18), vemos vez após vez a misericórdia e a graça de Deus ao lidar com os que na maioria das vezes falharam em reivindicar as promessas de vitória, fé e santidade que Ele oferece. 


Ao mesmo tempo, vemos Sua disposição de perdoar aqueles que tropeçam e caem, mesmo os que deveriam saber melhor o que fazer, como o próprio Moisés, que, em momento de debilidade, impaciência e talvez até um pouco de insolência, perdeu de vista o Deus que fizera tanto por ele. Desse modo, se até Moisés pode cair, que dizer de nós outros?







Quando os gigantes caem


Quando a água deixou de fluir no acampamento de Israel em Cades-Barneia, apresentou-se a Israel uma grande oportunidade de olhar para Deus esperando ajuda. Ele sempre lhes havia provido as necessidades no passado, então, por que seria diferente naquela ocasião? Porém, eles depressa esqueceram o passado e se voltaram contra Moisés e Arão com suas antigas reclamações.



1. O que ordenou Deus que Moisés fizesse, e, em lugar disso, o que ele fez? 


Nm 20:1-13  -  Chegando os filhos de Israel, toda a congregação, ao deserto de Zim, no mês primeiro, o povo ficou em Cades. Ali, morreu Miriã e, ali, foi sepultada. Não havia água para o povo; então, se ajuntaram contra Moisés e contra Arão. E o povo contendeu com Moisés, e disseram: Antes tivéssemos perecido quando expiraram nossos irmãos perante o SENHOR! Por que trouxestes a congregação do SENHOR a este deserto, para morrermos aí, nós e os nossos animais? E por que nos fizestes subir do Egito, para nos trazer a este mau lugar, que não é de cereais, nem de figos, nem de vides, nem de romãs, nem de água para beber? Então, Moisés e Arão se foram de diante do povo para a porta da tenda da congregação e se lançaram sobre o seu rosto; e a glória do SENHOR lhes apareceu. Disse o SENHOR a Moisés: Toma o bordão, ajunta o povo, tu e Arão, teu irmão, e, diante dele, falai à rocha, e dará a sua água; assim lhe tirareis água da rocha e dareis a beber à congregação e aos seus animais. Então, Moisés tomou o bordão de diante do SENHOR, como lhe tinha ordenado. Moisés e Arão reuniram o povo diante da rocha, e Moisés lhe disse: Ouvi, agora, rebeldes: porventura, faremos sair água desta rocha para vós outros? Moisés levantou a mão e feriu a rocha duas vezes com o seu bordão, e saíram muitas águas; e bebeu a congregação e os seus animais. Mas o SENHOR disse a Moisés e a Arão: Visto que não crestes em mim, para me santificardes diante dos filhos de Israel, por isso, não fareis entrar este povo na terra que lhe dei. São estas as águas de Meribá, porque os filhos de Israel contenderam com o SENHOR; e o SENHOR se santificou neles.  


Por que esse servo submisso, fiel e dedicado a Deus mostrou tanta falta de fé e confiança?


Sob certo ponto de vista, é fácil entender a frustração de Moisés. Primeiramente, ele acabava de sepultar a irmã, e sem dúvida sentia muita dor por causa disso. Então, teria que ouvir o povo exprimir basicamente as mesmas reclamações de seus antepassados, anos antes? Ainda assim, aos olhos do Senhor, nenhuma dessas desculpas justificava seu comportamento.


“A água jorrou em abundância, satisfazendo a multidão. Mas uma grande falta fora cometida. Moisés falara com sentimento de irritação. ... Quando acusou os israelitas, agravou o Espírito de Deus e apenas fez mal ao povo. Sua falta de paciência e domínio próprio eram evidentes. Assim, foi dada ao povo ocasião para pôr em dúvida que sua atuação passada fora sob a direção de Deus, e desculpar seus próprios pecados. Moisés, bem como eles, havia ofendido a Deus. Sua conduta, disseram, fora desde o princípio passível de crítica e censura. Tinham achado agora o pretexto que desejavam para rejeitar todas as reprovações que Deus lhes enviara mediante Seu servo” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 417).


Até o mais fiel e diligente servo do Senhor precisa ser cuidadoso. O que tornava esse pecado ainda pior era que fora cometido por alguém a quem foram concedidos grandes privilégios. Pense em tudo o que Moisés viu sobre o poder de Deus; pense em todas as incríveis revelações do Senhor que, vez após outra, ele havia testemunhado. E ainda, mesmo com tudo aquilo, ele se permitiu exaltar-se e dominar? Que advertência isso deve representar para todos nós!


Pense em alguma ocasião em que se sentiu pressionado ao extremo e fez algo precipitado e pecaminoso. Com que frequência você desejaria ter voltado o relógio e desfeito o dano? Que lições você aprendeu desse incidente para evitar a mesma coisa no futuro?





Extraído de: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2009/frlic942009.html

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A morte anunciada do Sumo Sacerdote Arão






2. Que fatos interessantes foram registrados na morte de Arão? Por que Deus anunciou dessa forma esse acontecimento? 


Nm 20:23-29. -  Disse o SENHOR a Moisés e a Arão no monte Hor, nos confins da terra de Edom: Arão será recolhido a seu povo, porque não entrará na terra que dei aos filhos de Israel, pois fostes rebeldes à minha palavra, nas águas de Meribá. Toma Arão e Eleazar, seu filho, e faze-os subir ao monte Hor; depois, despe Arão das suas vestes e veste com elas a Eleazar, seu filho; porque Arão será recolhido a seu povo e aí morrerá. Fez Moisés como o SENHOR lhe ordenara; subiram ao monte Hor, perante os olhos de toda a congregação. Moisés, pois, despiu a Arão de suas vestes e vestiu com elas a Eleazar, seu filho; morreu Arão ali sobre o cimo do monte; e dali desceram Moisés e Eleazar. Vendo, pois, toda a congregação que Arão era morto, choraram por Arão trinta dias, isto é, toda a casa de Israel.


Que lições podemos tirar desse acontecimento sobre a sucessão da obra de Deus?


capítulo 20 começa com a morte de Miriã e termina com a morte de Arão. 


É claro que a geração mais velha estava passando, e a nova devia assumir as responsabilidades onde os mais antigos pararam. Vemos a mesma coisa em nossa igreja hoje. Uma geração vai, e uma nova surge para tomar o manto caído do profeta. 


Mas ainda fica uma pergunta crucial: Quanto a nova geração tem aprendido dos enganos, bem como dos sucessos, dos mais antigos?


Note a diferença nas histórias da morte de Miriã e de Arão. A morte dela foi mencionada em um só pequeno verso. É quase como se sua morte tivesse vindo de repente e inesperadamente. Que contraste com a de Arão, que foi claramente predita.


Antes da morte de Arão, ele, Moisés e o filho de Arão, Eleazar, foram para o topo do monte Hor, onde, à vista da congregação, Moisés removeu as vestes sacerdotais de seu irmão e as pôs sobre seu sobrinho, Eleazar, poderoso símbolo da transferência do papel de uma geração para outra. Embora Arão logo devesse ser “recolhido a seu povo”, a obra do sumo sacerdote devia continuar.


É difícil imaginar como esse incidente deve ter sido emocionante para todos os envolvidos. Moisés, sabendo que certamente sua morte logo seguiria, tirava de seu irmão as vestes sagradas e as punha sobre o sobrinho, filho de Arão. Este, sem dúvida arrependido por alguns de seus erros, sabia que logo deveria morrer; e Eleazar, pondo-se diante de seu pai, que logo morreria, agora tomava a pesada responsabilidade do sumo sacerdócio. Enquanto isso, abaixo, os filhos de Israel assistiam a toda a cena.

Extraído de: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2009/frlic942009.html

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O pecado da ingratidão







Visto que a nação de Edom (os descendentes de Esaú) se recusaram a permitir que Israel passasse através de suas fronteiras, foi necessário rodear a nação. 


(Veja Nm 20:14-21.)  - Enviou Moisés, de Cades, mensageiros ao rei de Edom, a dizer-lhe: Assim diz teu irmão Israel: Bem sabes todo o trabalho que nos tem sobrevindo; como nossos pais desceram ao Egito, e nós no Egito habitamos muito tempo, e como os egípcios nos maltrataram, a nós e a nossos pais; e clamamos ao SENHOR, e ele ouviu a nossa voz, e mandou o Anjo, e nos tirou do Egito. E eis que estamos em Cades, cidade nos confins do teu país. Deixa-nos passar pela tua terra; não o faremos pelo campo, nem pelas vinhas, nem beberemos a água dos poços; iremos pela estrada real; não nos desviaremos para a direita nem para a esquerda, até que passemos pelo teu país. Porém Edom lhe disse: Não passarás por mim, para que não saia eu de espada ao teu encontro. Então, os filhos de Israel lhe disseram: Subiremos pelo caminho trilhado, e, se eu e o meu gado bebermos das tuas águas, pagarei o preço delas; outra coisa não desejo senão passar a pé. Porém ele disse: Não passarás. E saiu-lhe Edom ao encontro, com muita gente e com mão forte. Assim recusou Edom deixar passar a Israel pelo seu país; pelo que Israel se desviou dele. 


Os idumeus ocuparam o território que se estende desde o sul do Mar Morto até o Golfo de Ácaba.



3. A respeito de que os israelitas passaram a se queixar? 


Nm 21:1-5.  -   Ouvindo o cananeu, rei de Arade, que habitava no Neguebe, que Israel vinha pelo caminho de Atarim, pelejou contra Israel e levou alguns deles cativos. Então, Israel fez voto ao SENHOR, dizendo: Se, de fato, entregares este povo nas minhas mãos, destruirei totalmente as suas cidades. Ouviu, pois, o SENHOR a voz de Israel e lhe entregou os cananeus. Os israelitas os destruíram totalmente, a eles e a suas cidades; e aquele lugar se chamou Horma. Então, partiram do monte Hor, pelo caminho do mar Vermelho, a rodear a terra de Edom, porém o povo se tornou impaciente no caminho. E o povo falou contra Deus e contra Moisés: Por que nos fizestes subir do Egito, para que morramos neste deserto, onde não há pão nem água? E a nossa alma tem fastio deste pão vil.


Pense em tudo que lhes aconteceu e tudo pelo que eles passaram. Havia alguma justificação para as queixas?


Por mais que eles achassem que tinham razão para murmurar, obviamente, o Senhor não concordava. Afinal, cada dia de sua viagem eles tinham sido mantidos por um milagre da misericórdia divina. 


Tinham toda a água de que precisavam, mesmo no deserto; 


tinham pão do Céu para comer, pão dos anjos (Sl 78:25); - Comeu cada qual o pão dos anjos; enviou-lhes ele comida a fartar. 


e tinham paz e segurança sob a nuvem de dia e a coluna de fogo à noite. 


Não havia um fraco em todas as suas fileiras. Seus pés não incharam em suas longas jornadas, nem suas vestes envelheceram 


(Dt 8:3, 4; -  Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conhecias, nem teus pais o conheciam, para te dar a entender que não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do SENHOR viverá o homem. Nunca envelheceu a tua veste sobre ti, nem se inchou o teu pé nestes quarenta anos. 


Sl 105:37).  - Então, fez sair o seu povo, com prata e ouro, e entre as suas tribos não havia um só inválido.


Sem dúvida, eles tiveram suas lutas, seus problemas, seus temores, como todos temos. Mas, aparentemente, concentrando-se nesses problemas, eles esqueceram as bênçãos divinas que tiveram por tanto tempo. 


Realmente, esse pode ter sido seu problema: tão acostumados à misericórdia, à graça e à provisão de Deus, eles achavam tudo muito óbvio. E uma vez que consideramos as coisas óbvias, é muito fácil esquecê-las.


4. Quais são algumas das coisas que você acha óbvias e certas em sua vida? Por que é tolo achar assim?


A única forma de cura para isso é a gratidão diária ao Senhor pelo que Ele nos dá. É por isso que o louvor é tão importante. Deus não precisa de nosso louvor; nós precisamos louvá-Lo tanto quanto pudermos, pois isso serve como lembrança constante de quanto temos que ser gratos a Ele.


Escreva seu próprio salmo de louvor. Ponha tudo o que você tem pelo que ser grato. Imagine se você fosse cantá-lo cada dia. Como isso poderia impedi-lo de cair no pecado da ingratidão e nas perigosas armadilhas que isso pode preparar?





Extraído de: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2009/frlic942009.html

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Serpentes abrasadoras






Mesmo que os israelitas achassem que tinham coisas válidas de que reclamar, é claro que Deus não estava de acordo com suas queixas. Depois de todos aqueles anos no deserto, vendo Deus operar em seu meio, eles não faziam mais que repetir a mesma antiga reclamação de terem sido trazidos ao deserto para serem mortos! Não devemos nos admirar de que o Senhor não simpatizasse com isso. O que tornou suas reclamações ainda piores foi que eles tinham acabado de experimentar uma vitória sobre os cananeus.



5. Como vemos novamente Moisés no papel de intercessor? Por que, especialmente nessa ocasião, o povo precisou de um intercessor? 


Nm 21:5-9  -   E o povo falou contra Deus e contra Moisés: Por que nos fizestes subir do Egito, para que morramos neste deserto, onde não há pão nem água? E a nossa alma tem fastio deste pão vil. Então, o SENHOR mandou entre o povo serpentes abrasadoras, que mordiam o povo; e morreram muitos do povo de Israel. Veio o povo a Moisés e disse: Havemos pecado, porque temos falado contra o SENHOR e contra ti; ora ao SENHOR que tire de nós as serpentes. Então, Moisés orou pelo povo. Disse o SENHOR a Moisés: Faze uma serpente abrasadora, põe-na sobre uma haste, e será que todo mordido que a mirar viverá. Fez Moisés uma serpente de bronze e a pôs sobre uma haste; sendo alguém mordido por alguma serpente, se olhava para a de bronze, sarava.




Existem cerca de 35 diferentes espécies de serpentes na Palestina. Algumas são extremamente venenosas. As serpentes venenosas que infestavam o deserto era chamadas de “serpentes abrasadoras” por causa dos terríveis efeitos produzidos por sua picada. Como a mão protetora de Deus foi removida de Israel, grande número de pessoas foram atacadas por essas criaturas venenosas. Em outras palavras, não que Deus as houvesse enviado aos israelitas; ao contrário, o Senhor havia tirado deles Sua proteção, e então, eles sofreram as consequências.


6. Como Jesus relacionou o incidente das serpentes com o plano de salvação? 


Jo 3:14, 15. -  E do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo o que nele crê tenha a vida eterna. 


Em que sentido todos nós fomos picados por serpentes abrasadoras?


A existência da serpente de bronze no mastro não era suficiente para impedir que as picadas matassem as pessoas. Elas tinham que olhar; tinham que tomar a decisão de obedecer e, então, receber os benefícios da provisão feita em seu favor. Da mesma forma, a morte de Jesus, em si, não significa salvação automática ao mundo. Sua morte forneceu os meios de salvação, mas, assim como o povo no deserto precisava olhar, nós temos que olhar a Jesus e crer a fim de receber o que Ele oferece tão livre e graciosamente.


Como você tem experimentado em sua vida o poder curativo de Cristo? Que outros ferimentos você precisa levar a Ele para obter consolo, cura e forças para avançar, apesar do que parece ser uma dor insuperável?





Extraído de: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2009/frlic942009.html

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Primeiras conquistas





Quase quarenta anos antes, Israel havia tentado atacar os cananeus nessa mesma região e fora derrotado 


(Nm 14:40-45)  Levantaram-se pela manhã de madrugada e subiram ao cimo do monte, dizendo: Eis-nos aqui e subiremos ao lugar que o SENHOR tem prometido, porquanto havemos pecado. Porém Moisés respondeu: Por que transgredis o mandado do SENHOR? Pois isso não prosperará. Não subais, pois o SENHOR não estará no meio de vós, para que não sejais feridos diante dos vossos inimigos. Porque os amalequitas e os cananeus ali estão diante de vós, e caireis à espada; pois, uma vez que vos desviastes do SENHOR, o SENHOR não será convosco. Contudo, temerariamente, tentaram subir ao cimo do monte, mas a arca da Aliança do SENHOR e Moisés não se apartaram do meio do arraial. Então, desceram os amalequitas e os cananeus que habitavam na montanha e os feriram, derrotando-os até Horma.  


Agora, aquela geração havia morrido durante os quarenta anos de peregrinação no deserto, e uma nova geração estava preparada para finalizar a tarefa.


Leia Números 21:10-33  -  Então, partiram os filhos de Israel e se acamparam em Obote. Depois, partiram de Obote e se acamparam em Ijé-Abarim, no deserto que está defronte de Moabe, para o nascente. Dali, partiram e se acamparam no vale de Zerede. E, dali, partiram e se acamparam na outra margem do Arnom, que está no deserto que se estende do território dos amorreus; porque o Arnom é o limite de Moabe, entre Moabe e os amorreus. Pelo que se diz no Livro das Guerras do SENHOR: Vaebe em Sufa, e os vales do Arnom, e o declive dos vales que se inclina para a sede de Ar e se encosta aos limites de Moabe. Dali partiram para Beer; este é o poço do qual disse o SENHOR a Moisés: Ajunta o povo, e lhe darei água. Então, cantou Israel este cântico: Brota, ó poço! Entoai-lhe cânticos! Poço que os príncipes cavaram, que os nobres do povo abriram, com o cetro, com os seus bordões. Do deserto, partiram para Matana. E, de Matana, para Naaliel e, de Naaliel, para Bamote. De Bamote, ao vale que está no campo de Moabe, no cimo de Pisga, que olha para o deserto. Então, Israel mandou mensageiros a Seom, rei dos amorreus, dizendo: Deixa-me passar pela tua terra; não nos desviaremos pelos campos nem pelas vinhas; as águas dos poços não beberemos; iremos pela estrada real até que passemos o teu país. Porém Seom não deixou passar a Israel pelo seu país; antes, reuniu todo o seu povo, e saiu ao encontro de Israel ao deserto, e veio a Jasa, e pelejou contra Israel. Mas Israel o feriu a fio de espada e tomou posse de sua terra, desde o Arnom até ao Jaboque, até aos filhos de Amom, cuja fronteira era fortificada. Assim, Israel tomou todas estas cidades dos amorreus e habitou em todas elas, em Hesbom e em todas as suas aldeias. Porque Hesbom era cidade de Seom, rei dos amorreus, que tinha pelejado contra o precedente rei dos moabitas, de cuja mão tomara toda a sua terra até ao Arnom. Pelo que dizem os poetas: Vinde a Hesbom! Edifique-se, estabeleça-se a cidade de Seom! Porque fogo saiu de Hesbom, e chama, da cidade de Seom, e consumiu a Ar, de Moabe, e os senhores dos altos do Arnom. Ai de ti, Moabe! Perdido estás, povo de Quemos; entregou seus filhos como fugitivos e suas filhas, como cativas a Seom, rei dos amorreus. Nós os asseteamos; estão destruídos desde Hesbom até Dibom; e os assolamos até Nofa e com fogo, até Medeba. Assim, Israel habitou na terra dos amorreus. Depois, mandou Moisés espiar a Jazer, tomaram as suas aldeias e desapossaram os amorreus que se achavam ali. Então, voltaram e subiram o caminho de Basã; e Ogue, rei de Basã, saiu contra eles, ele e todo o seu povo, à peleja em Edrei.


e responda às perguntas a seguir:


7. Que promessas os hebreus fizeram ao rei pagão Seom? O que foi oferecido nessa promessa?


8. Quem atacou primeiro? V. 23.   -  Porém Seom não deixou passar a Israel pelo seu país; antes, reuniu todo o seu povo, e saiu ao encontro de Israel ao deserto, e veio a Jasa, e pelejou contra Israel.


9. Que diferença houve entre a maneira de os israelitas responderem ao rei Seom e ao rei Ogue?


“Estas nações nas fronteiras de Canaã teriam sido poupadas, caso não se houvessem levantado em desafio à palavra de Deus e se oposto à marcha de Israel. ... Embora os amorreus fossem idólatras e houvessem com justiça perdido o direito à vida por causa de sua grande impiedade, Deus os poupou durante quatrocentos anos. ... Todos os Seus prodígios ao tirar Israel do Egito eram deles conhecidos. Prova suficiente fora dada” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 434).


Note a diferença de estratégia com respeito aos dois reinos. Nenhum pedido cortês foi feito para passar pacificamente pela terra de Ogue. Ao contrário, o Senhor atraiu o rei e seus exércitos para longe de suas cidades, que “eram fortificadas com altos muros, portas e ferrolhos” (Dt 3:5). Longe de suas defesas, Israel – sob a direção e as promessas de Deus por meio de Moisés – foi capaz de derrotar no campo o rei Ogue e seu exército de amorreus.


As vitórias sobre Seom e Ogue – reis dos amorreus na Transjordânia – foram imortalizadas para sempre em cânticos e na memória nacional 


(Sl 135:10-12;   -  quem feriu muitas nações e tirou a vida a poderosos reis: a Seom, rei dos amorreus, e a Ogue, rei de Basã, e a todos os reinos de Canaã; cujas terras deu em herança, em herança a Israel, seu povo.


Sl. 136:18-26),   -  e tirou a vida a famosos reis, porque a sua misericórdia dura para sempre; a Seom, rei dos amorreus, porque a sua misericórdia dura para sempre; e a Ogue, rei de Basã, porque a sua misericórdia dura para sempre; cujas terras deu em herança, porque a sua misericórdia dura para sempre; em herança a Israel, seu servo, porque a sua misericórdia dura para sempre; a quem se lembrou de nós em nosso abatimento, porque a sua misericórdia dura para sempre; e nos libertou dos nossos adversários, porque a sua misericórdia dura para sempre; e dá alimento a toda carne, porque a sua misericórdia dura para sempre. Oh! Tributai louvores ao Deus dos céus, porque a sua misericórdia dura para sempre.


(Jz 11:18-22) -  Depois, andou pelo deserto, e rodeou a terra dos edomitas e a terra dos moabitas, e chegou ao oriente da terra destes, e se acampou além do Arnom; por isso, não entrou no território dos moabitas, porque Arnom é o limite deles. Mas Israel enviou mensageiros a Seom, rei dos amorreus, rei de Hesbom; e disse-lhe: Deixa-nos, peço-te, passar pela tua terra até ao meu lugar. Porém Seom, não confiando em Israel, recusou deixá-lo passar pelo seu território; pelo contrário, ajuntou todo o seu povo, e se acampou em Jaza, e pelejou contra Israel. O SENHOR, Deus de Israel, entregou Seom e todo o seu povo nas mãos de Israel, que os feriu; e Israel desapossou os amorreus das terras que habitavam. Tomou posse de todo o território dos amorreus, desde o Arnom até ao Jaboque e desde o deserto até ao Jordão. 


Quarenta anos mais tarde, os filhos de Israel finalmente estavam entrando na Terra Prometida. Veja quanto tempo perdido, tudo devido à falta de fé e confiança, apesar de todas as evidências que tinham da guia de Deus. 
Quanto tempo precioso você está gastando, não avançando em fé? 
Como você pode aprender a confiar melhor nas promessas de Deus e agir com base nessas promessas agora, em vez de perder tempo?






Estudo adicional


“Nicodemos estava sendo atraído a Cristo. Ao explicar-lhe o Salvador o que dizia respeito ao novo nascimento, anelava experimentar essa mudança em si mesmo. Por que meio poderia isso realizar-se? Jesus respondeu à não formulada pergunta: ‘Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado; para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna’ (Jo 3:14, 15).


“Ali estava um terreno familiar a Nicodemos. O símbolo da serpente levantada tornou-lhe clara a missão do Salvador. Quando o povo de Israel estava perecendo pela picada das serpentes ardentes, Deus instruíra Moisés para fazer uma serpente de metal, e colocá-la no alto, no meio da congregação. Fora então anunciado no acampamento que todos os que olhassem para a serpente, viveriam. Bem sabia o povo que, em si mesma, ela não possuía poder algum para os ajudar. Era um símbolo de Cristo. Como a imagem feita à semelhança das serpentes destruidoras era erguida para cura deles, assim Alguém nascido ‘em semelhança da carne do pecado’ (Rm 8:3), havia de lhes ser Redentor. ... Fosse para a cura de suas feridas, fosse para o perdão dos pecados, [os israelitas] não podiam fazer por si mesmos coisa alguma, se não mostrar sua fé no Dom de Deus. Cumpria-lhes olhar e viver” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 174, 175).


Resumo: Este segmento do livro de Números destaca o término dos quarenta anos de peregrinação. Lamentando a morte de sua irmã Miriã, Moisés e Arão, irados, pecaram contra o Senhor. Mais tarde, após a murmuração da congregação, picados por serpentes mortais, acharam cura física e espiritual pela fé quando olharam para uma serpente de bronze que o Senhor ordenou que Moisés fizesse e a pusesse diante deles. Após essa experiência humilhante, o Senhor habilitou Israel a vencer os amorreus da Transjordânia e tomar seus territórios.


Extraído de: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2009/frlic942009.html