terça-feira, 28 de junho de 2011

Adoração em Gênesis: duas classes de adoradores (resumo do estudo nº 01)




Despertado Jacó do seu sono, disse: Na verdade, o SENHOR está neste lugar, e eu não o sabia. E, temendo, disse: Quão temível é este lugar! É a Casa de Deus, a porta dos céus. Gênesis 28:16, 17

Conhecer: As duas classes de adoradores representadas por Abel e Caim.
Sentir: A diferença de atitude entre os adoradores que valorizam o que Deus oferece e aqueles cuja adoração está centralizada no que eles trazem ao altar de Deus.
Fazer: Adorar a Deus, honrando o sacrifício de Seu Filho Jesus, oferecido para nossa salvação.

Esboço

I. A nossa oferta versus a oferta de Deus

A. O que caracterizava os verdadeiros adoradores, como Abel, Abraão e Jacó?
B. Por que o sacrifício era um aspecto tão importante da adoração? Que outras atividades faziam parte da adoração? Por que a oferta de Caim não foi aceitável a Deus? Que outras atividades de adoração observadas em Gênesis não foram aceitáveis? Qual é o perigo de participar da falsa adoração?

II. Admiração e reverência

Como os adoradores de Gênesis, em seus cultos de adoração, expressavam seus sentimentos acerca de Deus e de seu relacionamento com Ele? Como expressamos esses mesmos sentimentos e relacionamentos hoje?

III. Sacrifício é adoração

A. Como tornar o sacrifício de Cristo parte integrante da nossa adoração?
B. Que perigo enfrentamos quando deixamos o sacrifício fora das nossas atividades devocionais públicas e individuais?
C. Que outras atividades incluímos em nossa adoração, e por quê?

Resumo: Os verdadeiros adoradores de Gênesis centralizavam suas atividades devocionais no que Deus havia provido para livrá-los do pecado.

Motivação
A adoração não é uma área separada da atividade humana. Ela não é um compartimento isolado, mas é a chave para tudo que diz respeito à nossa identidade, relacionamento com os outros e destino final. 

O objetivo da lição desta semana é desafiar os alunos a fazer de Deus o centro de sua adoração.

A adoração egocêntrica põe o ego no trono e crucifica novamente nosso Salvador ressuscitado. Ela usa a religião para mostrar a Deus como somos bons, em vez de louvá-Lo por Sua bondade para conosco.

3  Aconteceu que no fim de uns tempos trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao SENHOR.
4  Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o SENHOR de Abel e de sua oferta;
5  ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou. Irou-se, pois, sobremaneira, Caim, e descaiu-lhe o semblante. (Gn 4:3-5).

Caim se envolveu nessa forma de adoração egocêntrica (Gn 4:3-5). Ele trouxe a Deus uma oferta de produtos agrícolas, os quais havia preparado e cultivado, a fim de impressionar Deus com seu mérito. Deus rejeitou a oferta de Caim porque, entre outras razões (como o fato de que Deus exigia sacrifícios de sangue), o Senhor conhecia os motivos egoístas e de autopromoção por trás do ato. Esse tipo de “adoração” persiste até hoje. Possivelmente, até tenhamos sido culpados de imitar Caim algumas vezes.

Deus nos chama para a verdadeira adoração, para invocar Seu nome como se nossa vida dependesse disso. Porque, de fato, ela depende.

Comente com a classe: Deus Se sacrificou para nos dar algo que não temos e nunca poderíamos ter por nós mesmos. Qual deve ser nossa resposta, e por quê?

Ressaltar que a Bíblia vê a adoração como um modelo de como devemos interagir com Deus em cada área de nossa vida. A adoração é um esforço consciente para buscar a presença de Deus. Ao adorarmos, convidamos o Senhor para todas as áreas da nossa vida e permitimos que Ele corrija a separação entre nós e Ele, resultante do pecado.


Comentário Bíblico


I. Invocar o nome do Senhor

Tornou Adão a coabitar com sua mulher; e ela deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Sete; porque, disse ela, Deus me concedeu outro descendente em lugar de Abel, que Caim matou. A Sete nasceu-lhe também um filho, ao qual pôs o nome de Enos; daí se começou a invocar o nome do SENHOR. Gênesis 4:25, 26

Um dos começos descritos nesse capítulo é que, naquela época, as pessoas começaram “a invocar o nome do Senhor” (Gn 4:26). Embora esta afirmação possa parecer simples, existem vários níveis de significado ali.

O contexto nos leva a crer que essa forma de adoração ocorria principalmente, ou exclusivamente, entre os descendentes de Adão através de seu terceiro filho, Sete. Na verdade, dentre todos os “primeiros” mencionados nesse capítulo – cidades, nomadismo, música instrumental, para citar alguns exemplos – esta é a única realização especificamente creditada à linhagem de Sete, e não à de Caim. Isso significaria que a família de Caim não tinha uma forma de adoração? Por outro lado, isso significaria que os descendentes de Sete desprezaram completamente todas as formas de inovação tecnológica ou cultural?

Embora o texto não fale sobre essa questão, nosso conhecimento da natureza humana sugere o contrário. Estruturas sociais e culturais complexas, como aquelas inventadas pela linhagem de Caim, em geral tinham alguma forma de religião ou de culto em sua base. Todas as culturas e civilizações do antigo Oriente Próximo fundamentavam sua legitimidade nos deuses ou heróis culturais que exemplificavam a força e os valores daquela cultura ou civilização. A cultura ou civilização justificava a própria existência ou necessidade apontando para esses deuses ou heróis que a apoiavam. Em essência, esses sistemas feitos pelo homem justificavam e glorificavam as pessoas que os haviam estabelecido, exatamente o que Caim esperava do único Deus verdadeiro, quando apresentou sua oferta em Gênesis 4:3. Assim, quando o autor discute a linhagem de Caim, ele fala do que era importante para eles: vitórias, realizações ou, em termos modernos, o sentido de sua grandeza.

Da mesma forma, ao pensar nos descendentes de Sete, podemos supor que eles provavelmente tivessem sido tão inteligentes e criativos quanto os descendentes de Caim. Eles também tinham que enfrentar um mundo que não mais os sustentava simplesmente, sem esforço de sua parte. Não é razoável supor que eles não tivessem realizações culturais ou tecnológicas. Mas, ao contrário dos caimitas, os descendentes de Sete não consideravam essas conquistas como a principal razão de sua existência. Para os descendentes de Sete o importante era que eles invocavam o nome do Senhor. O autor observa essa ênfase, ao falar sobre eles e seu legado. O legado deles foi espiritual, tendo como base seu relacionamento com Deus, em vez das obras de suas mãos.

É importante notar também uma particularidade dessa declaração. Os setitas não eram simplesmente pessoas que pensavam que poderia haver um Deus em algum lugar ou sentiam a necessidade de ser “espirituais”. Eles invocavam o nome do próprio Jeová. Em lugar de buscar em Deus suporte para os valores de sua civilização e aprovação para suas ações ou realizações, eles buscavam a Deus, procuravam cumprir Sua vontade, O adoravam e O colocavam acima de tudo na vida.

Pense nisto: Mesmo que professemos ser cristãos, devemos examinar nosso coração para verificar se buscamos a Deus e Sua vontade em primeiro lugar ou se consideramos Deus como acessório ou meio para um fim. O que significa, então, buscar a Deus e Sua vontade em primeiro lugar? Como manifestamos essa atitude?

II. Temer a Deus

10
 Partiu Jacó de Berseba e seguiu para Harã.
11  Tendo chegado a certo lugar, ali passou a noite, pois já era sol-posto; tomou uma das pedras do lugar, fê-la seu travesseiro e se deitou ali mesmo para dormir.
12  E sonhou: Eis posta na terra uma escada cujo topo atingia o céu; e os anjos de Deus subiam e desciam por ela.
13  Perto dele estava o SENHOR e lhe disse: Eu sou o SENHOR, Deus de Abraão, teu pai, e Deus de Isaque. A terra em que agora estás deitado, eu ta darei, a ti e à tua descendência.
14  A tua descendência será como o pó da terra; estender-te-ás para o Ocidente e para o Oriente, para o Norte e para o Sul. Em ti e na tua descendência serão abençoadas todas as famílias da terra.
15  Eis que eu estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei voltar a esta terra, porque te não desampararei, até cumprir eu aquilo que te hei referido.
16  Despertado Jacó do seu sono, disse: Na verdade, o SENHOR está neste lugar, e eu não o sabia.
17  E, temendo, disse: Quão temível é este lugar! É a Casa de Deus, a porta dos céus.
18  Tendo-se levantado Jacó, cedo, de madrugada, tomou a pedra que havia posto por travesseiro e a erigiu em coluna, sobre cujo topo entornou azeite.
19  E ao lugar, cidade que outrora se chamava Luz, deu o nome de Betel.
20  Fez também Jacó um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta jornada que empreendo, e me der pão para comer e roupa que me vista,
21  de maneira que eu volte em paz para a casa de meu pai, então, o SENHOR será o meu Deus;
22  e a pedra, que erigi por coluna, será a Casa de Deus; e, de tudo quanto me concederes, certamente eu te darei o dízimo. (Gn 28:10-22)

No começo dessa passagem, Jacó está fugindo apavorado, com medo da ira de Esaú. Jacó chegou ao que a maioria das traduções se referem como “certo lugar”. Na língua original, essa frase sugere um lugar que já era considerado sagrado pela maior parte dos povos vizinhos; um local em que, segundo a crença, Deus ou outros seres divinos se revelavam. Alguns estudiosos até mesmo tomam a palavra traduzida por “lugar” como significando santuário, o que aquele lugar, de fato, se tornou.

Jacó encontrou o que pensou ser uma rocha qualquer para apoiar a cabeça no solo enquanto dormia. Ele adormeceu e viu anjos subindo e descendo uma escada celestial, símbolo de que estava aberto um canal entre a pessoa arruinada pelo pecado e o Salvador. O sonho reafirmou a aliança que Deus havia feito com o pai e o avô de Jacó, sobre a qual ele provavelmente tivesse sido informado várias vezes, enquanto crescia.

Como resultado, nesse breve período de tempo, todo o senso de valores de Jacó mudou. Onde antes havia medo de Esaú e, possivelmente, dos perigos do deserto, ele agora sabia que estava na presença de um Ser que o amava totalmente e que, ao mesmo tempo, era tão poderoso que poderia, se quisesse, eliminá-lo com um pensamento. Talvez esse “certo lugar” não fosse tão comum, afinal. A resposta de Jacó foi (o que mais poderia ter sido?) adorar.

Da mesma forma, podemos pensar que nossa vida é comum e insignificante, ou podemos dar suprema importância às coisas que são relativas e temporalmente significativas. Mas, na realidade, estamos vivendo na presença de Deus. Se você é cristão, todo lugar é terra santa. Às vezes, nos esquecemos disso. Adoração é nossa maneira de lembrar.

Pense nisto: 
Como sua adoração a Deus o ajuda a estar consciente de Sua presença, poder e majestade?

Use as seguintes perguntas para ajudar seus alunos a exercitar o discernimento entre o culto verdadeiro e o falso e a escolher sabiamente.

Perguntas para consideração

1. Como você acha que pode ter sido a adoração no Éden, onde a presença de Deus era muito mais acessível?

No início de Gênesis vemos a prática do sacrifício de animais. Algumas pessoas estabelecem a origem dessa prática no ato do Senhor de fazer roupas de peles de animal para nossos primeiros pais. Posteriormente, em Êxodo e nos livros seguintes, os sacrifícios são ordenados em detalhes. Como você acha que se originou a prática do sacrifício de animais e, mais importante, que propósito espiritual era cumprido?

Pergunta de aplicação

Nos relatos da vida e atos de muitos personagens bíblicos, parece que eles colocavam a adoração em primeiro lugar. Com tantas coisas competindo pela nossa atenção, como podemos ter certeza de que colocamos a adoração em primeiro lugar?

Qual é a função do estudo e conhecimento das Escrituras em nossa adoração?

Criatividade
A lição deixa claro que existem dois grupos de adoradores na descrição bíblica. O primeiro é dos que esperam impressionar Deus por seus próprios méritos. O segundo é dos que verdadeiramente procuram saber quem é Deus e a Ele atribuem todo o mérito e glória. As atividades seguintes devem enfatizar e incentivar os alunos a fazer parte do último grupo.

Escolha uma série de personagens bíblicos e conte suas histórias resumidamente. Selecione uma proporção aproximadamente igual entre pessoas “boas” e “ruins”. Pergunte aos alunos a qual dos grupos cada personagem pertence. Se você quiser acrescentar algo mais, não revele os nomes dos personagens e permita que a classe coloque os personagens, com base em suas descrições, nos grupos, sem preconceitos.

Alternativa: Talvez a melhor maneira de entender a adoração seja praticá-la. Peça que os alunos escrevam em um pedaço de papel o que eles consideram um dos atributos louváveis de Deus. Separe alguns momentos para ler as folhas e louvar a Deus coletivamente por ser quem Ele é. Isso pode ser feito no início ou no fim da lição.







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