terça-feira, 14 de junho de 2011

“Nem rasgará as suas vestes”

Terça                                               




O sumo sacerdote entre seus irmãos, sobre cuja cabeça foi derramado o óleo da unção, e que for consagrado para vestir as vestes sagradas, não desgrenhará os cabelos, nem rasgará as suas vestes” (Lv 21:10).

5. O que podemos ler na atitude do sumo sacerdote, ao rasgar suas vestes em reação à resposta que Cristo lhe deu? 
59  Ora, os principais sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam algum testemunho falso contra Jesus, a fim de o condenarem à morte.
60  E não acharam, apesar de se terem apresentado muitas testemunhas falsas. Mas, afinal, compareceram duas, afirmando:
61  Este disse: Posso destruir o santuário de Deus e reedificá-lo em três dias.
62  E, levantando-se o sumo sacerdote, perguntou a Jesus: Nada respondes ao que estes depõem contra ti?
63  Jesus, porém, guardou silêncio. E o sumo sacerdote lhe disse: Eu te conjuro pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus.
64  Respondeu-lhe Jesus: Tu o disseste; entretanto, eu vos declaro que, desde agora, vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu.
65  Então, o sumo sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo: Blasfemou! Que necessidade mais temos de testemunhas? Eis que ouvistes agora a blasfêmia!
66  Que vos parece? Responderam eles: É réu de morte.
67  Então, uns cuspiram-lhe no rosto e lhe davam murros, e outros o esbofeteavam, dizendo:
68  Profetiza-nos, ó Cristo, quem é que te bateu!  Mt 26:59-68

E o véu do santuário rasgou-se em duas partes, de alto a baixo. Mc 15:38; 
Ora, o essencial das coisas que temos dito é que possuímos tal sumo sacerdote, que se assentou à destra do trono da Majestade nos céus, Hb 8:1
O sumo sacerdote rasgou as próprias vestes para simbolizar que Jesus estava para ser condenado à morte. Esse ato também traduzia a indignação de Caifás e significava seu horror diante da suposta blasfêmia que diziam ter Cristo proferido, ao Se declarar Filho de Deus. A lei mosaica proibia ao sumo sacerdote rasgar suas vestes clericais (Lv 10:6; 21:10), porque aquelas vestes simbolizavam a perfeição do caráter de Deus. Rasgá-las era o mesmo que profanar o caráter de Deus, desfigurar Sua perfeição. Assim, a ironia foi que Caifás era culpado de transgredir a própria lei que ele mesmo defendia. Isso o tornava indigno de seu ofício. Pior que isso, a penalidade para esse delito era a morte. Em tudo isso, é irônico que Jesus, que nada tinha feito de errado, estava para ser condenado à morte pela instigação do sacerdote que, por causa de suas ações, merecia morrer.

Moisés disse a Arão e a seus filhos Eleazar e Itamar: Não desgrenheis os cabelos, nem rasgueis as vossas vestes, para que não morrais, nem venha grande ira sobre toda a congregação; mas vossos irmãos, toda a casa de Israel, lamentem o incêndio que o SENHOR suscitou. Lv 10:6

O simbolismo do gesto de rasgar as vestes era profundo. Era o começo do fim de todo o sistema terrestre de sacerdócio e sacrifício. Em breve, seria inaugurado um sistema novo e melhor, tendo Cristo como novo Sumo Sacerdote ministrando no santuário celestial.

As vestes do sacerdócio terrestre, tão cheias de simbolismo e significado para seu tempo, logo se tornariam símbolos de um sistema destituído de qualquer significado e perto do fim. Quão terrível é que os líderes religiosos estivessem tão cegos pelo ódio, ciúme e temor, que quando Cristo veio – Aquele para quem o sistema religioso de então apontava – muitos daqueles líderes (não todos) não perceberam! Era o povo comum que aceitava Jesus como Messias e assumia o trabalho que aqueles sacerdotes deveriam ter feito.

Em que sentido podemos ser apanhados em nosso senso de justiça própria, de superioridade moral e espiritual, que nos torna cegos para as importantes verdades que o Senhor deseja que aprendamos?





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