terça-feira, 25 de outubro de 2011

Fundamentado nas Escrituras

Segunda                 




Até este ponto do nosso estudo, Paulo defende seu evangelho da justificação pela fé, apelando ao acordo alcançado com os apóstolos em Jerusalém (Gl 2:1-10) e à experiência pessoal dos próprios gálatas (Gl 3:1-5). Começando em Gálatas 3:6, Paulo então se voltou para o testemunho das Escrituras para a confirmação final e principal do seu evangelho. Na verdade, Gálatas 3:6 a 4:31 é composto por argumentos progressivos enraizados nas Escrituras.

1  Catorze anos depois, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também a Tito.
2  Subi em obediência a uma revelação; e lhes expus o evangelho que prego entre os gentios, mas em particular aos que pareciam de maior influência, para, de algum modo, não correr ou ter corrido em vão.
3  Contudo, nem mesmo Tito, que estava comigo, sendo grego, foi constrangido a circuncidar-se.
4  E isto por causa dos falsos irmãos que se entremeteram com o fim de espreitar a nossa liberdade que temos em Cristo Jesus e reduzir -nos à escravidão;
5  aos quais nem ainda por uma hora nos submetemos, para que a verdade do evangelho permanecesse entre vós.
6  E, quanto àqueles que pareciam ser de maior influência (quais tenham sido, outrora, não me interessa; Deus não aceita a aparência do homem), esses, digo, que me pareciam ser alguma coisa nada me acrescentaram;
7  antes, pelo contrário, quando viram que o evangelho da incircuncisão me fora confiado, como a Pedro o da circuncisão
8  (pois aquele que operou eficazmente em Pedro para o apostolado da circuncisão também operou eficazmente em mim para com os gentios)
9  e, quando conheceram a graça que me foi dada, Tiago, Cefas e João, que eram reputados colunas, me estenderam, a mim e a Barnabé, a destra de comunhão, a fim de que nós fôssemos para os gentios, e eles, para a circuncisão;
10  recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres, o que também me esforcei por fazer. (Gl 2:1-10)

1 Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como crucificado?
2  Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé?
3  Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne?
4  Terá sido em vão que tantas coisas sofrestes? Se, na verdade, foram em vão.
5  Aquele, pois, que vos concede o Espírito e que opera milagres entre vós, porventura, o faz pelas obras da lei ou pela pregação da fé?  Gálatas 3:1-5

6 É o caso de Abraão, que creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça.
7  Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão.
8  Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti, serão abençoados todos os povos.
9  De modo que os da fé são abençoados com o crente Abraão.
10  Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las.
11  E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé.
12  Ora, a lei não procede de fé, mas: Aquele que observar os seus preceitos por eles viverá.
13  Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro),
14  para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido.
15  Irmãos, falo como homem. Ainda que uma aliança seja meramente humana, uma vez ratificada, ninguém a revoga ou lhe acrescenta alguma coisa.
16  Ora, as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente. Não diz: E aos descendentes, como se falando de muitos, porém como de um só: E ao teu descendente, que é Cristo.
17  E digo isto: uma aliança já anteriormente confirmada por Deus, a lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não a pode ab-rogar, de forma que venha a desfazer a promessa.
18  Porque, se a herança provém de lei, já não decorre de promessa; mas foi pela promessa que Deus a concedeu gratuitamente a Abraão.
19  Qual, pois, a razão de ser da lei? Foi adicionada por causa das transgressões, até que viesse o descendente a quem se fez a promessa, e foi promulgada por meio de anjos, pela mão de um mediador.
20  Ora, o mediador não é de um, mas Deus é um.
21  É, porventura, a lei contrária às promessas de Deus? De modo nenhum! Porque, se fosse promulgada uma lei que pudesse dar vida, a justiça, na verdade, seria procedente de lei.
22  Mas a Escritura encerrou tudo sob o pecado, para que, mediante a fé em Jesus Cristo, fosse a promessa concedida aos que crêem.
23  Mas, antes que viesse a fé, estávamos sob a tutela da lei e nela encerrados, para essa fé que, de futuro, haveria de revelar-se.
24  De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé.
25  Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao aio.
26  Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus;
27  porque todos quantos fostes batizados em Cristo de Cristo vos revestistes.
28  Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.
29  E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa.
1  Digo, pois, que, durante o tempo em que o herdeiro é menor, em nada difere de escravo, posto que é ele senhor de tudo.
2  Mas está sob tutores e curadores até ao tempo predeterminado pelo pai.
3  Assim, também nós, quando éramos menores, estávamos servilmente sujeitos aos rudimentos do mundo;
4 vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,
5  para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos.
6  E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai!
7  De sorte que já não és escravo, porém filho; e, sendo filho, também herdeiro por Deus.
8  Outrora, porém, não conhecendo a Deus, servíeis a deuses que, por natureza, não o são;
9  mas agora que conheceis a Deus ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como estais voltando, outra vez, aos rudimentos fracos e pobres, aos quais, de novo, quereis ainda escravizar-vos?
10  Guardais dias, e meses, e tempos, e anos.
11  Receio de vós tenha eu trabalhado em vão para convosco.
12  Sede qual eu sou; pois também eu sou como vós. Irmãos, assim vos suplico. Em nada me ofendestes.
13  E vós sabeis que vos preguei o evangelho a primeira vez por causa de uma enfermidade física.
14  E, posto que a minha enfermidade na carne vos foi uma tentação, contudo, não me revelastes desprezo nem desgosto; antes, me recebestes como anjo de Deus, como o próprio Cristo Jesus.
15  Que é feito, pois, da vossa exultação? Pois vos dou testemunho de que, se possível fora, teríeis arrancado os próprios olhos para mos dar.
16  Tornei-me, porventura, vosso inimigo, por vos dizer a verdade?
17  Os que vos obsequiam não o fazem sinceramente, mas querem afastar-vos de mim, para que o vosso zelo seja em favor deles.
18  É bom ser sempre zeloso pelo bem e não apenas quando estou presente convosco,
19 meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós;
20  pudera eu estar presente, agora, convosco e falar-vos em outro tom de voz; porque me vejo perplexo a vosso respeito.
21  Dizei-me vós, os que quereis estar sob a lei: acaso, não ouvis a lei?
22  Pois está escrito que Abraão teve dois filhos, um da mulher escrava e outro da livre.
23  Mas o da escrava nasceu segundo a carne; o da livre, mediante a promessa.
24  Estas coisas são alegóricas; porque estas mulheres são duas alianças; uma, na verdade, se refere ao monte Sinai, que gera para escravidão; esta é Agar.
25  Ora, Agar é o monte Sinai, na Arábia, e corresponde à Jerusalém atual, que está em escravidão com seus filhos.
26  Mas a Jerusalém lá de cima é livre, a qual é nossa mãe;
27  porque está escrito: Alegra-te, ó estéril, que não dás à luz, exulta e clama, tu que não estás de parto; porque são mais numerosos os filhos da abandonada que os da que tem marido.
28  Vós, porém, irmãos, sois filhos da promessa, como Isaque.
29  Como, porém, outrora, o que nascera segundo a carne perseguia ao que nasceu segundo o Espírito, assim também agora.
30  Contudo, que diz a Escritura? Lança fora a escrava e seu filho, porque de modo algum o filho da escrava será herdeiro com o filho da livre.
31  E, assim, irmãos, somos filhos não da escrava, e sim da livre. Gálatas 3:6 a 4:31

2. O que Paulo quis dizer quando escreveu sobre as “Escrituras”, em Gálatas 3:6-8? Rm 1:2; 4:3; 9:17

o qual foi por Deus, outrora, prometido por intermédio dos seus profetas nas Sagradas Escrituras Rm 1:2; 

Pois que diz a Escritura? Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça. Rm 4:3; 

Porque a Escritura diz a Faraó: Para isto mesmo te levantei, para mostrar em ti o meu poder e para que o meu nome seja anunciado por toda a terra. Rm  9:17

É importante lembrar que, na época em que Paulo escreveu sua carta aos gálatas não existia o “Novo Testamento”. Paulo foi o primeiro escritor do Novo Testamento. O Evangelho de Marcos provavelmente seja o mais antigo dos quatro evangelhos, mas ele talvez não tivesse sido escrito até por volta do tempo da morte de Paulo (65 d.C), ou seja, cerca de quinze anos depois da carta de Paulo aos gálatas. Assim, quando Paulo se referia às Escrituras, ele tinha em mente apenas o Antigo Testamento.

O Antigo Testamento desempenhou um papel significativo nos ensinamentos de Paulo. Ele não o via como palavras mortas, mas como a autorizada e viva Palavra de Deus. Em 2Timóteo 3:16 ele escreveu: “
Toda a Escritura é inspirada por Deus”. A palavra traduzida por “inspiração” é theopneustos. A primeira parte da palavra (theo) significa “Deus”, enquanto a segunda parte significa “inspirar”.

A Escritura é “inspirada por Deus”. Paulo usou as Escrituras para demonstrar que Jesus é o Messias prometido (Rm 1:2), para dar instrução sobre a vida cristã (Rm 13:8-10), e para provar a validade de seus ensinamentos (Gl 3:8, 9).

8  A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei.
9  Pois isto: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e, se há qualquer outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
10  O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor.  (Rm 13:8-10),

8  Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti, serão abençoados todos os povos.
9  De modo que os da fé são abençoados com o crente Abraão. (Gl 3:8, 9).

É difícil determinar exatamente quantas vezes Paulo cita o Antigo Testamento, mas citações são encontradas em todas as suas cartas, exceto nas menores, Tito e Filemon.

3. Leia atentamente Gálatas 3:6-14 (ver acima). Identifique os trechos do Antigo Testamento citados nesses versos. O que isso nos diz sobre a autoridade que o Antigo Testamento possui?

Você já chegou a pensar que uma parte da Bíblia é mais “inspirada” do que as outras? Diante da afirmação de Paulo em 2Timóteo 3:16, qual é o perigo de seguir por esse caminho?




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