terça-feira, 28 de junho de 2011

Adoração em Gênesis: duas classes de adoradores (estudo nº 01)




Na verdade, o Senhor está neste lugar, e eu não o sabia. E, temendo, disse: Quão temível é este lugar! É a casa de Deus, a porta dos Céus (Gn 28: 16, 17).

Leituras da semana: Gn 3:1-13; 4:1-4; 6:1-8; 12:1-8; 22:1-18; 28:10-22; Tt 1:2.

Dizem que, como seres humanos, precisamos adorar alguma coisa. O que adoramos é outra questão, embora tenha consequências extremamente importantes, especialmente nos últimos dias, quando dois grupos de adoradores se manifestam: os que adoram o Criador e os que adoram a besta e sua imagem.

No entanto, as sementes desse contraste podem ser vistas logo no começo da Bíblia. Na história de Caim e Abel, dois tipos de adoradores aparecem, um adorando o verdadeiro Deus como Ele deve ser adorado, e outro se envolvendo em um falso tipo de adoração. Uma forma de adoração é aceitável, a outra, não, e isso porque uma delas é fundamentada na salvação pela fé e a outra, como são todas as falsas formas de adoração, é baseada nas obras. Esse é um tema que aparece muitas vezes na Bíblia. Um tipo de adoração é focado exclusivamente em Deus, em Seu poder, glória e graça; o outro se volta para a humanidade e para o eu. 

Domingo                                          Adoração no Éden


26  Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.
27  Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.
28  E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra.
29  E disse Deus ainda: Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será para mantimento.
30  E a todos os animais da terra, e a todas as aves dos céus, e a todos os répteis da terra, em que há fôlego de vida, toda erva verde lhes será para mantimento. E assim se fez.
31  Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. Houve tarde e manhã, o sexto dia.  Gênesis 1:26-31

Ocapítulo 1 de Gênesis registra a história de Adão e Eva em seu novo lar. O Criador do Universo havia acabado de planejar e formar um belo planeta novo, coroando Sua obra com a criação da primeira família. O mundo saiu perfeito de Suas mãos; em sua própria maneira, a Terra deve ter sido uma extensão do Céu.

1 Assim, pois, foram acabados os céus e a terra e todo o seu exército.
2  E, havendo Deus terminado no dia sétimo a sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda a sua obra que tinha feito.
3  E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera. Gênesis 2:1-3

Em Gênesis 2:1-3 outro elemento é acrescentado: a separação e santificação do sétimo dia, ato ligado diretamente à Sua obra de criação dos céus e da Terra, ato que constitui a base do quarto mandamento, que reserva um dia para adorar de modo especial. Embora as Escrituras não digam, é possível imaginar o tipo de adoração que esses seres imaculados, na perfeição da criação, dedicavam ao Criador, que havia feito tanto por eles (mal sabiam eles, naquele momento, o quanto Ele acabaria fazendo realmente em seu favor!).

1. Leia Gênesis 3:1-13. Que mudanças ocorreram no relacionamento de Adão com o Criador? (v. 8-10). Como Adão respondeu às perguntas de Deus? (v. 11-13). O que isso revela sobre o que lhe havia ocorrido?
1 Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o SENHOR Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?
2  Respondeu-lhe a mulher: Do fruto das árvores do jardim podemos comer,
3  mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais.
4  Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis.
5  Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal.
6  Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu.
7  Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si.
8  Quando ouviram a voz do SENHOR Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do SENHOR Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim.
9  E chamou o SENHOR Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás?
10  Ele respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi.
11  Perguntou-lhe Deus: Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses?
12  Então, disse o homem: A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi.
13  Disse o SENHOR Deus à mulher: Que é isso que fizeste? Respondeu a mulher: A serpente me enganou, e eu comi. Gênesis 3:1-13

Depois da queda, apareceu uma série de elementos que certamente não existiam antes. Da mesma forma, em um momento de desobediência, foi alterado todo o tecido moral desses seres. Em lugar do amor, confiança e adoração, o coração deles se encheu de medo, culpa e vergonha. Em vez de desejar a santa presença de Deus, eles se esconderam. O pecado quebrou seu relacionamento com Deus, que certamente afetava a maneira pela qual eles O adoravam. A estreita e íntima comunhão com Deus da qual haviam desfrutado (Gn 3:8), agora teria outra forma. Na verdade, quando Deus Se aproximou, eles se “esconderam” de Sua presença. Sentiam tanta vergonha, culpa e medo, que fugiram daquele que os havia criado.

Que imagem forte do que o pecado produziu e ainda produz em nós!

Pense em momentos de sua vida em que alguma experiência, talvez algum pecado, tenha feito você sentir culpa, vergonha e desejo de se esconder de Deus. Como isso afetou seus hábitos de oração? Isso afetou sua capacidade de adorá-Lo de todo o coração? Não é um sentimento agradável, não é mesmo?




Adoração fora do Éden

Segunda                                        




Após sua expulsão, Adão e Eva passaram a viver fora do paraíso do Éden. Embora a primeira promessa evangélica fosse dada a eles ainda no Éden (Gn 3:15 - Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar), a Bíblia só mostra sacrifícios sendo oferecidos no ambiente fora do Éden (não obstante se possa inferir de Gênesis 3:21 Fez o SENHOR Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu  -  algo dessa natureza, o texto em si não diz nada sobre sacrifício ou adoração). Em Gênesis 4, porém, com a história de Caim e Abel, pela primeira vez um sistema de sacrifícios foi explicitamente revelado.

2. Leia atentamente a primeira história registrada de um culto de adoração (Gn 4:1-7). Por que a oferta de Caim não foi aceitável a Deus e a de Abel foi?
1  Coabitou o homem com Eva, sua mulher. Esta concebeu e deu à luz a Caim; então, disse: Adquiri um varão com o auxílio do SENHOR.
2  Depois, deu à luz a Abel, seu irmão. Abel foi pastor de ovelhas, e Caim, lavrador.
3  Aconteceu que no fim de uns tempos trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao SENHOR.
4  Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o SENHOR de Abel e de sua oferta;
5  ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou. Irou-se, pois, sobremaneira, Caim, e descaiu-lhe o semblante.
6 Então, lhe disse o SENHOR: Por que andas irado, e por que descaiu o teu semblante?
7  Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo. Gn 4:1-7
Caim e Abel representam duas classes de adoradores que têm existido desde a queda. Ambos construíram altares. Ambos foram adorar a Deus com ofertas. Mas uma oferta foi agradável a Deus e a outra, não.

O que fez a diferença? A resposta tem que ser entendida no contexto da salvação pela fé somente, o evangelho, que foi apresentado primeiramente a Adão e Eva no Éden, embora o plano da salvação tenha sido elaborado antes da fundação do mundo

assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor  Ef 1:4 

na esperança da vida eterna que o Deus que não pode mentir prometeu antes dos tempos eternos Tt 1:2

A oferta de Caim representava a tentativa de obter salvação pelas obras, a base de toda religião e adoração falsas. O fato é que o abismo entre o Céu e a Terra é tão grande, tão profundo, que os seres humanos nunca poderiam atravessá-lo. A essência do legalismo, da salvação pelas obras, é a tentativa humana de fazer exatamente isso.

Em contrapartida, por sua oferta de um animal, Abel revelou (embora de forma débil) a grande verdade de que só a morte de Cristo, alguém igual a Deus (Fp 2:6 -
pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus;), poderia justificar o pecador diante de Deus.

Recebemos assim uma lição poderosa: toda adoração verdadeira deve estar centralizada na compreensão de que somos impotentes para salvar a nós mesmos, e de que todas as tentativas de obter salvação pelas obras são manifestações da ação de Caim. A verdadeira adoração deve estar fundamentada na constatação de que somente através da graça de Deus podemos ter esperança de vida eterna.

Examine seus próprios pensamentos, motivos e sentimentos a respeito da adoração. Sua devoção está centralizada em Cristo, ou você se concentra demais em si mesmo? 




Duas classes de adoradores

Terça                                           




Em Gênesis 4, começamos a perceber os sinais da degradação moral que estava acontecendo após a queda. Lameque se tornou polígamo e depois se envolveu em algum tipo de violência que trouxe medo ao seu coração. Em contrapartida, Gênesis 4:25, 26 mostra que algumas pessoas estavam procurando ser fiéis, pois naquela época os homens começaram “a invocar o nome do Senhor”.

Tornou Adão a coabitar com sua mulher; e ela deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Sete; porque, disse ela, Deus me concedeu outro descendente em lugar de Abel, que Caim matou. A Sete nasceu-lhe também um filho, ao qual pôs o nome de Enos; daí se começou a invocar o nome do SENHOR. Gênesis 4:25, 26

3. Leia Gênesis 6:1-8. O que se desenvolveu ali e por que isso foi tão perigoso? Quais foram os resultados dessa situação?
1  Como se foram multiplicando os homens na terra, e lhes nasceram filhas,
2  vendo os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, tomaram para si mulheres, as que, entre todas, mais lhes agradaram.
3 Então, disse o SENHOR: O meu Espírito não agirá para sempre no homem, pois este é carnal; e os seus dias serão cento e vinte anos.
4 Ora, naquele tempo havia gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus possuíram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos; estes foram valentes, varões de renome, na antiguidade.
5  Viu o SENHOR que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração;
6  então, se arrependeu o SENHOR de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração.
7  Disse o SENHOR: Farei desaparecer da face da terra o homem que criei, o homem e o animal, os répteis e as aves dos céus; porque me arrependo de os haver feito.
8  Porém Noé achou graça diante do SENHOR.  Gênesis 6:1-8

Aos poucos, as duas classes de adoradores começaram a se fundir (Gn 6:1-4). Porém, apesar da grande maldade na Terra, havia homens santos de grande intelecto, que mantinham vivo o conhecimento de Deus. Embora somente alguns deles sejam mencionados nas Escrituras, “durante todos os séculos Deus teve fiéis testemunhas, adoradores dotados de coração sincero” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 84). A maldade do coração humano, entretanto, se tornou tão grande que o Senhor teve que destruir a humanidade e começar tudo de novo. Por isso ocorreu o dilúvio.

4. Depois que Noé saiu da arca, qual foi a primeira coisa que ele fez? Por que isso é importante? 

Levantou Noé um altar ao SENHOR e, tomando de animais limpos e de aves limpas, ofereceu holocaustos sobre o altar. Gn 8:20

Como é maravilhoso o fato de que a primeira coisa que Noé fez foi adorar! E o sacrifício foi fundamental nessa adoração. Esse foi o primeiro registro dos patriarcas edificando um local de culto, um altar no qual pudessem oferecer seus sacrifícios. Assim, antes de fazer qualquer coisa, Noé reconheceu sua total dependência do Senhor e do Messias vindouro, que daria Sua vida para redimir a humanidade. Noé sabia que havia sido salvo apenas pela graça de Deus, sem a qual ele teria perecido com o restante do mundo.

Como você mostra, diariamente, reconhecimento pela graça de Deus em sua vida? E ainda mais importante, como você deve expressar essa atitude? 





A fé demonstrada por Abraão

Quarta                              




5. Leia Gênesis 12:1-8. O que esses versos revelam sobre Abrão (que teve o nome mudado para Abraão) e o chamado de Deus para ele?

1  Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei;
2  de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção!
3  Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra.
4  Partiu, pois, Abrão, como lho ordenara o SENHOR, e Ló foi com ele. Tinha Abrão setenta e cinco anos quando saiu de Harã.
5  Levou Abrão consigo a Sarai, sua mulher, e a Ló, filho de seu irmão, e todos os bens que haviam adquirido, e as pessoas que lhes acresceram em Harã. Partiram para a terra de Canaã; e lá chegaram.
6 Atravessou Abrão a terra até Siquém, até ao carvalho de Moré. Nesse tempo os cananeus habitavam essa terra.
7  Apareceu o SENHOR a Abrão e lhe disse: Darei à tua descendência esta terra. Ali edificou Abrão um altar ao SENHOR, que lhe aparecera.
8  Passando dali para o monte ao oriente de Betel, armou a sua tenda, ficando Betel ao ocidente e Ai ao oriente; ali edificou um altar ao SENHOR e invocou o nome do SENHOR. Gênesis 12:1-8

Abraão, um descendente de Sete, foi fiel a Deus, embora alguns de seus parentes tivessem começado a se entregar à adoração de ídolos, que era tão comum em sua cultura. Mas Deus o chamou para que ele se separasse de seus familiares e de seu ambiente confortável, para se tornar o pai de uma nação de adoradores, que defenderiam e representariam o verdadeiro Deus.

Não há dúvida de que ele e Sara influenciaram muitos a aceitar a adoração ao verdadeiro Deus. Mas havia também outra razão pela qual Deus chamou Abraão para que fosse o pai de uma nova nação: “
Porque Abraão Me obedeceu e guardou Meus preceitos, Meus mandamentos, Meus decretos e Minhas leis” (Gn 26:5, NVI). E outra razão: “Ele creu no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça (Gn 15:6). Ao mesmo tempo, porém, Abraão teve que aprender algumas lições cruciais e dolorosas.

6. Leia Gênesis 22:1-18. Por que Abraão foi submetido a essa terrível prova? Na verdade, que mensagem Deus queria que ele entendesse (v. 8, 13, 14)?

1 Depois dessas coisas, pôs Deus Abraão à prova e lhe disse: Abraão! Este lhe respondeu: Eis-me aqui!
2  Acrescentou Deus: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei.
3  Levantou-se, pois, Abraão de madrugada e, tendo preparado o seu jumento, tomou consigo dois dos seus servos e a Isaque, seu filho; rachou lenha para o holocausto e foi para o lugar que Deus lhe havia indicado.
4  Ao terceiro dia, erguendo Abraão os olhos, viu o lugar de longe.
5  Então, disse a seus servos: Esperai aqui, com o jumento; eu e o rapaz iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos para junto de vós.
6  Tomou Abraão a lenha do holocausto e a colocou sobre Isaque, seu filho; ele, porém, levava nas mãos o fogo e o cutelo. Assim, caminhavam ambos juntos.
7  Quando Isaque disse a Abraão, seu pai: Meu pai! Respondeu Abraão: Eis-me aqui, meu filho! Perguntou-lhe Isaque: Eis o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?
8  Respondeu Abraão: Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro para o holocausto; e seguiam ambos juntos.
9  Chegaram ao lugar que Deus lhe havia designado; ali edificou Abraão um altar, sobre ele dispôs a lenha, amarrou Isaque, seu filho, e o deitou no altar, em cima da lenha;
10  e, estendendo a mão, tomou o cutelo para imolar o filho.
11 Mas do céu lhe bradou o Anjo do SENHOR: Abraão! Abraão! Ele respondeu: Eis-me aqui!
12  Então, lhe disse: Não estendas a mão sobre o rapaz e nada lhe faças; pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho.
13  Tendo Abraão erguido os olhos, viu atrás de si um carneiro preso pelos chifres entre os arbustos; tomou Abraão o carneiro e o ofereceu em holocausto, em lugar de seu filho.
14  E pôs Abraão por nome àquele lugar—O SENHOR Proverá. Daí dizer-se até ao dia de hoje: No monte do SENHOR se proverá.
15 Então, do céu bradou pela segunda vez o Anjo do SENHOR a Abraão
16  e disse: Jurei, por mim mesmo, diz o SENHOR, porquanto fizeste isso e não me negaste o teu único filho,
17  que deveras te abençoarei e certamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus e como a areia na praia do mar; a tua descendência possuirá a cidade dos seus inimigos,
18  nela serão benditas todas as nações da terra, porquanto obedeceste à minha voz Gên 22:1-18

Como vimos, o centro do plano da salvação é a morte de Jesus, o Filho de Deus, e desde o início essa morte foi simbolizada pelo sistema de adoração por meio de sacrifícios. Enquanto o Senhor queria que as pessoas utilizassem apenas animais, nas culturas pagãs, as pessoas sacrificavam os próprios filhos, algo que Deus disse que odiava (Dt 12:31 - Não farás assim ao SENHOR, teu Deus, porque tudo o que é abominável ao SENHOR e que ele odeia fizeram eles a seus deuses, pois até seus filhos e suas filhas queimaram aos seus deuses). Quaisquer que tenham sido as poderosas lições pessoais sobre fé e confiança, aprendidas por Abraão, por meio dessa provação, esse ato permanece através dos séculos como um símbolo incrivelmente poderoso da centralidade da morte de Cristo para a salvação. Embora a humanidade pudesse ser salva apenas através da morte de Cristo, poderíamos imaginar que Abraão tivesse sentido um pouquinho da dor que a morte de Cristo deve ter causado ao Pai.

Pense sobre o tipo de fé que Abraão demonstrou. Foi verdadeiramente maravilhoso. É difícil imaginar! O que isso deve nos ensinar sobre a fraqueza da nossa fé? 





Betel, a Casa de Deus

Quinta                                         




Jacó e Esaú, e também Caim e Abel, representam duas classes de adoradores. O espírito aventureiro e corajoso de Esaú apelou a seu tranquilo e reservado pai. Jacó, por outro lado, parecia ter uma natureza mais espiritual. Mas ele também tinha algumas graves falhas de caráter. Jacó queria obter o direito de primogenitura, que legalmente pertencia a seu irmão gêmeo. Mas, para obtê-lo, ele se dispôs a se envolver no esquema enganoso de sua mãe. Como resultado, Jacó ficou com medo e fugiu para escapar do ódio e da ira de seu irmão. Nunca mais ele viu sua querida mãe.

7. Leia a história da fuga de Jacó (Gn 28:10-22). Observe as mensagens de encorajamento e segurança que Deus lhe deu por meio de um sonho. Qual foi a resposta de Jacó?
10  Partiu Jacó de Berseba e seguiu para Harã.
11  Tendo chegado a certo lugar, ali passou a noite, pois já era sol-posto; tomou uma das pedras do lugar, fê-la seu travesseiro e se deitou ali mesmo para dormir.
12  E sonhou: Eis posta na terra uma escada cujo topo atingia o céu; e os anjos de Deus subiam e desciam por ela.
13  Perto dele estava o SENHOR e lhe disse: Eu sou o SENHOR, Deus de Abraão, teu pai, e Deus de Isaque. A terra em que agora estás deitado, eu ta darei, a ti e à tua descendência.
14  A tua descendência será como o pó da terra; estender-te-ás para o Ocidente e para o Oriente, para o Norte e para o Sul. Em ti e na tua descendência serão abençoadas todas as famílias da terra.
15  Eis que eu estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei voltar a esta terra, porque te não desampararei, até cumprir eu aquilo que te hei referido.
16  Despertado Jacó do seu sono, disse: Na verdade, o SENHOR está neste lugar, e eu não o sabia.
17  E, temendo, disse: Quão temível é este lugar! É a Casa de Deus, a porta dos céus.
18  Tendo-se levantado Jacó, cedo, de madrugada, tomou a pedra que havia posto por travesseiro e a erigiu em coluna, sobre cujo topo entornou azeite.
19  E ao lugar, cidade que outrora se chamava Luz, deu o nome de Betel.
20  Fez também Jacó um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta jornada que empreendo, e me der pão para comer e roupa que me vista,
21  de maneira que eu volte em paz para a casa de meu pai, então, o SENHOR será o meu Deus;
22  e a pedra, que erigi por coluna, será a Casa de Deus; e, de tudo quanto me concederes, certamente eu te darei o dízimo. (Gn 28:10-22)

Esta é a primeira menção da “Casa de Deus” em Gênesis (v. 17). Embora para Jacó fosse apenas uma coluna de pedra, Betel se tornou um lugar significativo na história sagrada. Ali Jacó adorou o Deus de seus pais. Ali ele fez uma promessa de fidelidade ao Senhor. E, como Abraão, prometeu devolver a Deus o dízimo, um décimo de suas bênçãos materiais, como ato de adoração.

Perceba o senso de temor e admiração de Jacó na presença de Deus. Ele deve ter compreendido mais do que nunca a grandeza de Deus em contraste com ele e, assim, a Bíblia registra sua atitude de medo, reverência e espanto. O que ele fez em seguida foi adorar. Naquele momento, também, vemos um princípio sobre o tipo de atitude que devemos ter na adoração: uma atitude revelada em Apocalipse 14:7, no chamado para temer a Deus.

dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas. Apocalipse 14:7

Adoração não é nos aproximarmos de Deus como faríamos a um amigo ou colega. Nossa atitude deve ser a de um pecador que precisa desesperadamente de graça, caindo diante do Criador, com senso de necessidade, temor e gratidão, pelo fato de que Deus, o Criador do Universo, nos amou e fez um grande sacrifício para nos redimir.

Quanta admiração, reverência e temor, você tem quando adora ao Senhor? Ou seu coração é duro, frio e ingrato? Nesse caso, como você pode mudar? 


Sexta                                               Estudo adicional


Leia de Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 44-51: “A Criação”; p. 52-62: “A Tentação e a Queda”; p. 71-74: “Caim e Abel Provados”; p. 105-107: “Depois do Dilúvio”; p. 145-155”: A Prova da Fé”; p. 195-203: “A Noite de Luta”.

O voto [de Jacó em Betel] era o transbordar de um coração cheio de gratidão pela certeza do amor e misericórdia de Deus. Jacó entendia que Deus tinha direitos sobre ele, os quais ele devia reconhecer, e que os sinais especiais do favor divino a ele concedidos exigiam retribuição. Assim, toda bênção que nos é concedida reclama uma resposta ao autor de todas as nossas vantagens. O cristão deve muitas vezes rever sua vida passada, e relembrar com gratidão os preciosos livramentos que Deus operou em favor dele… Deve reconhecê-los todos como provas do cuidado vigilante dos anjos celestiais. Em vista dessas bênçãos inumeráveis, deve muitas vezes perguntar, com coração submisso e grato:Que darei ao Senhor, por todos os Seus benefícios para comigo?” (Sl 116:12; Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 187).

Perguntas para consideração
1. Como a justiça pela fé no que Cristo fez por nós pode estar no centro de toda a nossa adoração? Considere as questões:
1) Por que O adoramos?
2) O que Ele fez que O torna digno de adoração?
3) Para qual propósito serve nossa adoração a Deus?
2. Como os cultos de adoração podem se tornar um instrumento mais eficaz para dizer ao mundo quem é Deus realmente e como Ele é? Que elementos do culto podem ser especialmente úteis em nosso testemunho?

3. Examine a história de Abraão entregando o dízimo a Melquisedeque (Gn 14:20 - e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus adversários nas tuas mãos. E de tudo lhe deu Abrão o dízimo). De que forma a entrega do dízimo é um ato de adoração? O que estamos dizendo a Deus quando Lhe devolvemos o dízimo?
4. Pense mais na ideia de reverência e temor na adoração. Por que esses são elementos importantes? O que há de errado com a atitude que parece colocar Deus em nosso próprio nível, em que nos relacionamos com Ele no culto com a mesma atitude que temos para com um bom amigo e nada mais?






Adoração em Gênesis: duas classes de adoradores (resumo do estudo nº 01)




Despertado Jacó do seu sono, disse: Na verdade, o SENHOR está neste lugar, e eu não o sabia. E, temendo, disse: Quão temível é este lugar! É a Casa de Deus, a porta dos céus. Gênesis 28:16, 17

Conhecer: As duas classes de adoradores representadas por Abel e Caim.
Sentir: A diferença de atitude entre os adoradores que valorizam o que Deus oferece e aqueles cuja adoração está centralizada no que eles trazem ao altar de Deus.
Fazer: Adorar a Deus, honrando o sacrifício de Seu Filho Jesus, oferecido para nossa salvação.

Esboço

I. A nossa oferta versus a oferta de Deus

A. O que caracterizava os verdadeiros adoradores, como Abel, Abraão e Jacó?
B. Por que o sacrifício era um aspecto tão importante da adoração? Que outras atividades faziam parte da adoração? Por que a oferta de Caim não foi aceitável a Deus? Que outras atividades de adoração observadas em Gênesis não foram aceitáveis? Qual é o perigo de participar da falsa adoração?

II. Admiração e reverência

Como os adoradores de Gênesis, em seus cultos de adoração, expressavam seus sentimentos acerca de Deus e de seu relacionamento com Ele? Como expressamos esses mesmos sentimentos e relacionamentos hoje?

III. Sacrifício é adoração

A. Como tornar o sacrifício de Cristo parte integrante da nossa adoração?
B. Que perigo enfrentamos quando deixamos o sacrifício fora das nossas atividades devocionais públicas e individuais?
C. Que outras atividades incluímos em nossa adoração, e por quê?

Resumo: Os verdadeiros adoradores de Gênesis centralizavam suas atividades devocionais no que Deus havia provido para livrá-los do pecado.

Motivação
A adoração não é uma área separada da atividade humana. Ela não é um compartimento isolado, mas é a chave para tudo que diz respeito à nossa identidade, relacionamento com os outros e destino final. 

O objetivo da lição desta semana é desafiar os alunos a fazer de Deus o centro de sua adoração.

A adoração egocêntrica põe o ego no trono e crucifica novamente nosso Salvador ressuscitado. Ela usa a religião para mostrar a Deus como somos bons, em vez de louvá-Lo por Sua bondade para conosco.

3  Aconteceu que no fim de uns tempos trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao SENHOR.
4  Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o SENHOR de Abel e de sua oferta;
5  ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou. Irou-se, pois, sobremaneira, Caim, e descaiu-lhe o semblante. (Gn 4:3-5).

Caim se envolveu nessa forma de adoração egocêntrica (Gn 4:3-5). Ele trouxe a Deus uma oferta de produtos agrícolas, os quais havia preparado e cultivado, a fim de impressionar Deus com seu mérito. Deus rejeitou a oferta de Caim porque, entre outras razões (como o fato de que Deus exigia sacrifícios de sangue), o Senhor conhecia os motivos egoístas e de autopromoção por trás do ato. Esse tipo de “adoração” persiste até hoje. Possivelmente, até tenhamos sido culpados de imitar Caim algumas vezes.

Deus nos chama para a verdadeira adoração, para invocar Seu nome como se nossa vida dependesse disso. Porque, de fato, ela depende.

Comente com a classe: Deus Se sacrificou para nos dar algo que não temos e nunca poderíamos ter por nós mesmos. Qual deve ser nossa resposta, e por quê?

Ressaltar que a Bíblia vê a adoração como um modelo de como devemos interagir com Deus em cada área de nossa vida. A adoração é um esforço consciente para buscar a presença de Deus. Ao adorarmos, convidamos o Senhor para todas as áreas da nossa vida e permitimos que Ele corrija a separação entre nós e Ele, resultante do pecado.


Comentário Bíblico


I. Invocar o nome do Senhor

Tornou Adão a coabitar com sua mulher; e ela deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Sete; porque, disse ela, Deus me concedeu outro descendente em lugar de Abel, que Caim matou. A Sete nasceu-lhe também um filho, ao qual pôs o nome de Enos; daí se começou a invocar o nome do SENHOR. Gênesis 4:25, 26

Um dos começos descritos nesse capítulo é que, naquela época, as pessoas começaram “a invocar o nome do Senhor” (Gn 4:26). Embora esta afirmação possa parecer simples, existem vários níveis de significado ali.

O contexto nos leva a crer que essa forma de adoração ocorria principalmente, ou exclusivamente, entre os descendentes de Adão através de seu terceiro filho, Sete. Na verdade, dentre todos os “primeiros” mencionados nesse capítulo – cidades, nomadismo, música instrumental, para citar alguns exemplos – esta é a única realização especificamente creditada à linhagem de Sete, e não à de Caim. Isso significaria que a família de Caim não tinha uma forma de adoração? Por outro lado, isso significaria que os descendentes de Sete desprezaram completamente todas as formas de inovação tecnológica ou cultural?

Embora o texto não fale sobre essa questão, nosso conhecimento da natureza humana sugere o contrário. Estruturas sociais e culturais complexas, como aquelas inventadas pela linhagem de Caim, em geral tinham alguma forma de religião ou de culto em sua base. Todas as culturas e civilizações do antigo Oriente Próximo fundamentavam sua legitimidade nos deuses ou heróis culturais que exemplificavam a força e os valores daquela cultura ou civilização. A cultura ou civilização justificava a própria existência ou necessidade apontando para esses deuses ou heróis que a apoiavam. Em essência, esses sistemas feitos pelo homem justificavam e glorificavam as pessoas que os haviam estabelecido, exatamente o que Caim esperava do único Deus verdadeiro, quando apresentou sua oferta em Gênesis 4:3. Assim, quando o autor discute a linhagem de Caim, ele fala do que era importante para eles: vitórias, realizações ou, em termos modernos, o sentido de sua grandeza.

Da mesma forma, ao pensar nos descendentes de Sete, podemos supor que eles provavelmente tivessem sido tão inteligentes e criativos quanto os descendentes de Caim. Eles também tinham que enfrentar um mundo que não mais os sustentava simplesmente, sem esforço de sua parte. Não é razoável supor que eles não tivessem realizações culturais ou tecnológicas. Mas, ao contrário dos caimitas, os descendentes de Sete não consideravam essas conquistas como a principal razão de sua existência. Para os descendentes de Sete o importante era que eles invocavam o nome do Senhor. O autor observa essa ênfase, ao falar sobre eles e seu legado. O legado deles foi espiritual, tendo como base seu relacionamento com Deus, em vez das obras de suas mãos.

É importante notar também uma particularidade dessa declaração. Os setitas não eram simplesmente pessoas que pensavam que poderia haver um Deus em algum lugar ou sentiam a necessidade de ser “espirituais”. Eles invocavam o nome do próprio Jeová. Em lugar de buscar em Deus suporte para os valores de sua civilização e aprovação para suas ações ou realizações, eles buscavam a Deus, procuravam cumprir Sua vontade, O adoravam e O colocavam acima de tudo na vida.

Pense nisto: Mesmo que professemos ser cristãos, devemos examinar nosso coração para verificar se buscamos a Deus e Sua vontade em primeiro lugar ou se consideramos Deus como acessório ou meio para um fim. O que significa, então, buscar a Deus e Sua vontade em primeiro lugar? Como manifestamos essa atitude?

II. Temer a Deus

10
 Partiu Jacó de Berseba e seguiu para Harã.
11  Tendo chegado a certo lugar, ali passou a noite, pois já era sol-posto; tomou uma das pedras do lugar, fê-la seu travesseiro e se deitou ali mesmo para dormir.
12  E sonhou: Eis posta na terra uma escada cujo topo atingia o céu; e os anjos de Deus subiam e desciam por ela.
13  Perto dele estava o SENHOR e lhe disse: Eu sou o SENHOR, Deus de Abraão, teu pai, e Deus de Isaque. A terra em que agora estás deitado, eu ta darei, a ti e à tua descendência.
14  A tua descendência será como o pó da terra; estender-te-ás para o Ocidente e para o Oriente, para o Norte e para o Sul. Em ti e na tua descendência serão abençoadas todas as famílias da terra.
15  Eis que eu estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei voltar a esta terra, porque te não desampararei, até cumprir eu aquilo que te hei referido.
16  Despertado Jacó do seu sono, disse: Na verdade, o SENHOR está neste lugar, e eu não o sabia.
17  E, temendo, disse: Quão temível é este lugar! É a Casa de Deus, a porta dos céus.
18  Tendo-se levantado Jacó, cedo, de madrugada, tomou a pedra que havia posto por travesseiro e a erigiu em coluna, sobre cujo topo entornou azeite.
19  E ao lugar, cidade que outrora se chamava Luz, deu o nome de Betel.
20  Fez também Jacó um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta jornada que empreendo, e me der pão para comer e roupa que me vista,
21  de maneira que eu volte em paz para a casa de meu pai, então, o SENHOR será o meu Deus;
22  e a pedra, que erigi por coluna, será a Casa de Deus; e, de tudo quanto me concederes, certamente eu te darei o dízimo. (Gn 28:10-22)

No começo dessa passagem, Jacó está fugindo apavorado, com medo da ira de Esaú. Jacó chegou ao que a maioria das traduções se referem como “certo lugar”. Na língua original, essa frase sugere um lugar que já era considerado sagrado pela maior parte dos povos vizinhos; um local em que, segundo a crença, Deus ou outros seres divinos se revelavam. Alguns estudiosos até mesmo tomam a palavra traduzida por “lugar” como significando santuário, o que aquele lugar, de fato, se tornou.

Jacó encontrou o que pensou ser uma rocha qualquer para apoiar a cabeça no solo enquanto dormia. Ele adormeceu e viu anjos subindo e descendo uma escada celestial, símbolo de que estava aberto um canal entre a pessoa arruinada pelo pecado e o Salvador. O sonho reafirmou a aliança que Deus havia feito com o pai e o avô de Jacó, sobre a qual ele provavelmente tivesse sido informado várias vezes, enquanto crescia.

Como resultado, nesse breve período de tempo, todo o senso de valores de Jacó mudou. Onde antes havia medo de Esaú e, possivelmente, dos perigos do deserto, ele agora sabia que estava na presença de um Ser que o amava totalmente e que, ao mesmo tempo, era tão poderoso que poderia, se quisesse, eliminá-lo com um pensamento. Talvez esse “certo lugar” não fosse tão comum, afinal. A resposta de Jacó foi (o que mais poderia ter sido?) adorar.

Da mesma forma, podemos pensar que nossa vida é comum e insignificante, ou podemos dar suprema importância às coisas que são relativas e temporalmente significativas. Mas, na realidade, estamos vivendo na presença de Deus. Se você é cristão, todo lugar é terra santa. Às vezes, nos esquecemos disso. Adoração é nossa maneira de lembrar.

Pense nisto: 
Como sua adoração a Deus o ajuda a estar consciente de Sua presença, poder e majestade?

Use as seguintes perguntas para ajudar seus alunos a exercitar o discernimento entre o culto verdadeiro e o falso e a escolher sabiamente.

Perguntas para consideração

1. Como você acha que pode ter sido a adoração no Éden, onde a presença de Deus era muito mais acessível?

No início de Gênesis vemos a prática do sacrifício de animais. Algumas pessoas estabelecem a origem dessa prática no ato do Senhor de fazer roupas de peles de animal para nossos primeiros pais. Posteriormente, em Êxodo e nos livros seguintes, os sacrifícios são ordenados em detalhes. Como você acha que se originou a prática do sacrifício de animais e, mais importante, que propósito espiritual era cumprido?

Pergunta de aplicação

Nos relatos da vida e atos de muitos personagens bíblicos, parece que eles colocavam a adoração em primeiro lugar. Com tantas coisas competindo pela nossa atenção, como podemos ter certeza de que colocamos a adoração em primeiro lugar?

Qual é a função do estudo e conhecimento das Escrituras em nossa adoração?

Criatividade
A lição deixa claro que existem dois grupos de adoradores na descrição bíblica. O primeiro é dos que esperam impressionar Deus por seus próprios méritos. O segundo é dos que verdadeiramente procuram saber quem é Deus e a Ele atribuem todo o mérito e glória. As atividades seguintes devem enfatizar e incentivar os alunos a fazer parte do último grupo.

Escolha uma série de personagens bíblicos e conte suas histórias resumidamente. Selecione uma proporção aproximadamente igual entre pessoas “boas” e “ruins”. Pergunte aos alunos a qual dos grupos cada personagem pertence. Se você quiser acrescentar algo mais, não revele os nomes dos personagens e permita que a classe coloque os personagens, com base em suas descrições, nos grupos, sem preconceitos.

Alternativa: Talvez a melhor maneira de entender a adoração seja praticá-la. Peça que os alunos escrevam em um pedaço de papel o que eles consideram um dos atributos louváveis de Deus. Separe alguns momentos para ler as folhas e louvar a Deus coletivamente por ser quem Ele é. Isso pode ser feito no início ou no fim da lição.







sábado, 25 de junho de 2011

Adoração em Gênesis: duas classes de adoradores (comentário ao estudo nº 01)





Introdução ao tema do trimestre 

Muitos se perguntam por que a Bíblia fala tanto em adoração e que devemos adorar a Deus. A verdade é que há no ser humano uma vontade inata de adorar. Ou seja, ele tem necessidade de adorar, porque foi assim criado. E, claro, essa adoração deve ser dirigida ao Deus verdadeiro. Quando isso não acontece, os seres humanos adoram qualquer coisa ou ser: riqueza, fama, status, cantores, atores, políticos (atualmente, estes últimos estão meio em baixa aqui e no restante do mundo) e até a si mesmos.

Deus fala que devemos adorá-Lo, que Ele deve ser o primeiro em nossa vida, que Seus interesses devem vir antes que os nossos. Isso pode até parecer egoísmo da parte da Divindade, mas não é. O fato é que Deus não precisa de nossa adoração, pois Ele Se basta a Si mesmo. Na verdade, nós é que precisamos adorá-Lo. A adoração a Deus é para nosso benefício, pois, quando O adoramos, desviamos o foco de nós mesmos – o que nos ajuda na luta contra o egoísmo com o qual todos nascemos.

Além disso, somos moldados à imagem e semelhança daquilo que adoramos. Se adorarmos uma coisa ou pessoa, a tendência é que nos tornemos semelhantes a elas. Se, ao contrário, adorarmos a Deus, nos tornaremos mais e mais semelhantes a Ele. Vê-se, então, que não há neutralidade na questão da adoração. Assim, cabe a cada um escolher a quem adorar (Js 24:14, 15). Que seja o Deus verdadeiro!

I. Adoração no Éden

Como não poderia deixar de ser, a lição desta semana aborda a questão da adoração em Gênesis, o primeiro livro da Bíblia, e as duas classes de adoradores nele representadas.

O relato bíblico declara que tudo o que foi criado era bom e perfeito, incluindo o relacionamento entre Deus e o ser humano. O sábado foi então separado do restante da semana para ser um dia de especial companheirismo entre o ser humano e Deus – um dia dedicado à adoração do grande Criador e Mantenedor.

Embora não tenhamos detalhes de como se dava a adoração, podemos imaginar o encontro semanal de Deus com o primeiro casal. Deus Se encontrava com Adão e Eva, conversava com eles, perguntava como tinha sido a semana deles, o que tinham feito, que perguntas gostariam de fazer. Dizia de Seu grande amor por eles e lembrava-lhes que deviam ficar bem longe da árvore do conhecimento do bem e do mal, pois disso dependia a vida e a felicidade deles. Nossos primeiros pais, por sua vez, deviam contar a Deus de sua admiração pela sabedoria divina na criação de tantas coisas e variados seres, de como se sentiam felizes naquele jardim e de como apreciavam aquele encontro semanal, em que podiam agradecer a Deus Sua bondade e cuidado para com eles.

Mas, após terem desobedecido às ordens divinas quanto a não comer do fruto de certa árvore, começaram a se sentir estranhos: se viram nus e fizeram para si umas estranhas roupas de folhas de figueira. Tiveram medo de Deus e se esconderam dEle. O Criador não mais era mais bem-vindo para o encontro sabático semanal. O doce sentimento de bem-estar, resultante dos momentos de comunhão e adoração, deu lugar ao medo, e à vontade de fugir e se isolar daquele que os criara. Quanta mudança (para o mal) foi produzida pelo pecado, especialmente na questão da adoração!

II.Adoração fora do Éden

Devido ao pecado, nossos primeiros pais foram expulsos do Jardim do Éden. Consequentemente, por serem pecadores, não mais podiam desfrutar da agradável companhia de Deus. Mas eles não foram deixados à mercê do desespero e dos poderes do mal. Antes que eles deixassem o belo jardim, Deus lhes deu a confortadora promessa de que o Messias nasceria da família deles, o qual acabaria por ferir a cabeça (golpe mortal) da serpente, símbolo de Satanás, o grande enganador (Gn 3:15). Um dia, a adoração face a face com a Divindade seria retomada.

Em Gênesis 3:21 é dito: “
Fez o Senhor Deus vestimentas de peles para Adão e sua mulher e os vestiu”. As vestes de folhas de figueira (Gn 3:7) foram substituídas por outras bem mais duráveis, mas custaram a vida de um animal; provavelmente de um cordeiro, que morreu no lugar do primeiro casal. Por meio da primeira morte, nossos primeiros pais tiveram um vislumbre do grande amor de Deus, o qual morreria para salvar a humanidade.

Abel aprendeu com os pais sobre o sacrifício de animais como tipo do sacrifício que o Messias faria. Ele entendeu o significado dessa morte e pôs em prática a lição, apresentando uma oferta “
das primícias do seu rebanho” (Gn 4:4). Abel representa os que entendem que a justificação de alguém se dá pela fé, através dos méritos do “Cordeiro de Deus” (Jo 1:29). Ao passo que seu irmão, Caim, ao trazer “do fruto da terra” (Gn 4:3), representa os que tentam agradar a Deus com suas boas obras. Ou seja, adoram a Deus a seu modo, de maneira errada, contando com os próprios méritos. A adoração de Caim não foi aceita porque o foco não estava em Deus nem no que Ele poderia fazer pela humanidade caída, mas no homem e naquilo que este “poderia” fazer para Deus.

III. Duas classes de adoradores

Bem cedo, pode ser vista a degradação moral na história humana: Caim matou seu irmão Abel, justamente por causa do modo correto de seu irmão adorar a Deus (Gn 4:8). Lameque, descendente de Caim, se tornou polígamo e assassino (Gn 4:19, 23). Esses são exemplos de uma classe de pessoas que adoram a si mesmas. Uma vez que Deus aceitou o sacrifício do mais novo, e não o de Caim, ele ficou mais preocupado com sua posição de primogênito do que com as orientações divinas e a vida de seu irmão. Lameque tinha sua reputação tão em alta conta, que matou dois homens, por se sentir ultrajado (Gn 4:23).

Por outro lado, vemos que havia aqueles que seguiam o Deus verdadeiro com a adoração correta. Juntaram-se a Adão e Eva o filho Sete e, depois, o neto Enos, os quais invocavam (adoravam) corretamente “o nome [pessoa] do Senhor” (Gn 4:26).

Mas a terrível força do mal continuou a operar na humanidade. Com o passar do tempo, até mesmo os verdadeiros adoradores sucumbiram ao falso brilho do mundo. Eles começaram a se misturar com os descendentes de Caim, mediante casamento. É possível que, no início, pensassem que poderiam ganhar o cônjuge para a verdade. Mas o resultado foi o oposto. Eles deixaram de adorar o verdadeiro Deus e se tornaram idólatras e cheios de violência (Gn 6:5). E Deus teve que intervir, enviando, depois de 120 anos de graça, um dilúvio sobre toda a Terra. De milhões de seres humanos, escaparam apenas os adoradores do verdadeiro Deus – Noé e sua família.

Chama nossa atenção o fato de que a primeira coisa que Noé fez ao sair da arca foi levantar um altar e nele oferecer sacrifícios ao Senhor (Gn 8:20). Ao adorar dessa maneira, esse patriarca reconhecia a bondade de Deus para com ele e sua família, bem como demonstrava fé no Messias vindouro.

IV. A fé demonstrada por Abraão

Abraão, descendente de Sete, foi fiel a Deus, embora alguns de seus parentes fossem adoradores de ídolos. É-nos dito que até o pai dele, Tera, adorou outros deuses (Js 24:2). Foi para afastá-lo desse ambiente de falsa adoração que Deus pediu a Abraão que saísse de Ur dos Caldeus e fosse para uma terra que lhe seria mostrada. Só assim ele poderia se tornar pai de uma nação de adoradores do verdadeiro Deus.

Não há dúvida de que Abraão e Sara influenciaram muitos a aceitar a adoração ao verdadeiro Deus. Por onde ia, esse patriarca levantava altares (Gn 12:7; 13:4, 18;), neles oferecia sacrifícios e convidava todos os que faziam parte de seu acampamento, incluindo seus vizinhos cananeus, para adorar o Deus verdadeiro (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 128).

Mas a fé do patriarca Abraão foi severamente provada. Deus lhe pediu que oferecesse em sacrifício Isaque, seu único filho que tivera de Sara. Com essa experiência, porém, Abraão aprendeu algumas lições cruciais e dolorosas. Quando levantou o cutelo para imolar o filho, Abraão pôde captar um vislumbre do que aconteceria ao Messias. Por isso Jesus disse: “
Abraão... alegrou-se por ver o Meu dia, viu-o e regozijou-se” (Jo 8:56). O regozijo de Abraão se deu por entender que, pelo sacrifício do Messias, se cumpriria a promessa feita a Adão e Eva de que o Descendente da mulher esmagaria a cabeça da serpente (Gn 3:15) e o mal chegaria ao fim.

V. Betel, a Casa de Deus

À semelhança de Caim e Abel, os irmãos gêmeos Jacó e Esaú representam duas classes de adoradores. Imitando Caim, o ruivo Esaú era impuro e profano (Hb 12:16). Adorava a si mesmo. Deu livre curso aos seus gostos (trocou seu direito de primogenitura por um prato de lentilhas) e às suas ideias (casou com mulheres cananitas e idólatras). O tempo que devia despender em adoração ao Deus verdadeiro, ele o gastava em caçadas.

O irmão Jacó, porém, parecia ser mais espiritual. Mas ele também tinha sérias falhas de caráter. Como sabemos, ele se aproveitou da fome e cansaço de seu irmão Esaú para fazê-lo vender seu direito de primogenitura, mentiu para o pai, Isaque, e o enganou, fazendo-se passar por Esaú. Como resultado desse engano, Jacó teve que fugir para Harã para não morrer às mãos do irmão. Na fuga, ele teve um encontro com Deus.

Após o sonho com a escada que ligava a Terra ao Céu, Jacó reconheceu Betel, o lugar em que Deus lhe aparecera, como “a casa de Deus, a porta dos céus” (Gn 28:17). Na verdade, “Betel” significa exatamente “Casa de Deus”. Para assinalar aquele lugar de encontro com Deus, o patriarca levantou ali uma coluna e a ungiu com azeite (Gn 28:18). Após isso, fez um voto de continuar sendo fiel a Deus e de devolver-Lhe fielmente o dízimo (Gn 28:20-22), como um ato de adoração e reconhecimento pelas bênçãos recebidas. Essa parece ser a primeira vez na Bíblia em que a devolução do dízimo é claramente vinculada ao ato de adorar.

O acontecimento em Betel mostra que a “Casa de Deus” é qualquer lugar em que Deus Se encontra com o crente, seja num suntuoso templo, seja em meio às pedras, como Jacó se encontrou com o Senhor naquela noite, quando usou uma delas como travesseiro. Mostra também que a atitude correta do pecador ao se aproximar de Deus é a de reverência e respeito, cônscio de sua pecaminosidade e da grande misericórdia de Deus.

Apresentação do autor dos comentários às primeiras cinco lições

Autor: Ozeas Caldas Moura  é doutor em Teologia Bíblica, na área do Antigo Testamento, pela PUC do Rio de Janeiro. Desenvolveu, em sua tese, o tema da fé no livro de Habacuque. Nesta mesma instituição fez também o Mestrado na área do Novo Testamento. Sua dissertação foi a respeito do discipulado de Jesus no Evangelho de Marcos.

O Dr. Ozeas foi pastor distrital por doze anos em várias igrejas do Brasil, trabalhou por três anos como redator na Casa Publicadora Brasileira (2007-2009), além de ter lecionado Teologia por nove anos no SALT IAENE (1990-1995 e 2003-2005 – atuando neste último período também como diretor do SALT-IAENE) e, por seis anos, no UNASP-EC (1999-2002 e 2010 até o momento). Atualmente, é professor de teologia no UNASP-EC.

É seu desejo que os comentários às primeiras cinco lições deste trimestre (bem como as demais, que serão comentadas pelo Dr. Ruben Aguilar) contribuam para o melhor entendimento sobre o importantíssimo tema da adoração, ajudando cada membro da Escola Sabatina a ser um adorador fiel e sincero.