quarta-feira, 27 de junho de 2012

Um ministério perpétuo (estudo nº 13)






Com que se parece o Reino de Deus? Com que o compararei? É como um grão de mostarda que um homem semeou em sua horta. Ele cresceu e se tornou uma árvore, e as aves do céu fizeram ninhos em seus ramos (Lc 13:18, 19, NVI).

Leituras da semana: Jo 4:7-30; At 2:42; 11:19-23; 2Tm 2:1-7; 2Co 5:18-20

Pensamento-chave: Evangelismo e testemunho são o meio pelo qual a semente de mostarda (a igreja de Deus) se torna uma grande árvore que enche o mundo.

Você pode ter ouvido dizer ou pode até mesmo ter dito: “Eu já fiz a minha parte. Agora deixarei a tarefa para os mais jovens.” Ou: “Fui líder de evangelismo durante muito tempo. Agora vou deixar que as pessoas mais novas assumam a liderança.”

Em certo sentido, esse tipo de declaração é compreensível. As pessoas envelhecem, às vezes sua saúde falha ou outras circunstâncias da vida as impedem de manter a liderança nos ministérios da igreja. Às vezes as pessoas simplesmente ficam esgotadas e precisam de uma pausa. Além disso, também, alguns podem acreditar que o Senhor os chama a cumprir Sua vontade em outras áreas do trabalho da igreja.

No entanto, há uma grande diferença entre mudar a ênfase do ministério e deixar de ministrar. Enquanto temos fôlego devemos, de uma forma ou de outra, continuar ministrando.

Nesta semana focalizaremos nossa necessidade de permanecer envolvidos nos ministérios de evangelismo e testemunho. Não importa qual seja nossa função na igreja, sempre haverá oportunidade de nos envolvermos em algum ministério.

Domingo                    Evangelismo e testemunho incessante


É preciso enfatizar novamente que testemunho e evangelismo devem continuar enquanto houver pessoas que necessitam de salvação. É plano de Deus salvar tantas pessoas quanto possível. Entretanto, os que aceitaram Jesus como Salvador pessoal são chamados a trabalhar com Deus nessa obra de salvar. Não importa quem somos, onde estamos e em que circunstâncias nos encontramos; se nosso coração está em sintonia com Cristo, se temos profunda apreciação pelo que Ele fez por nós e pelo que Ele nos pede que façamos em resposta, sempre teremos oportunidade de testemunhar e ministrar.

1. O que a mulher samaritana encontrou na pessoa e nas palavras de Jesus que a impeliu a compartilhar com os habitantes da sua cidade? Que princípios do testemunho encontrados nesse relato podem nos ajudar na obra de alcançar os outros?

7  Uma mulher samaritana veio tirar água, e Jesus lhe disse: —Por favor, me dê um pouco de água.
8  (Os discípulos de Jesus tinham ido até a cidade comprar comida.)
9  A mulher respondeu: —O senhor é judeu, e eu sou samaritana. Então como é que o senhor me pede água? (Ela disse isso porque os judeus não se dão com os samaritanos.)
10  Então Jesus disse: —Se você soubesse o que Deus pode dar e quem é que está lhe pedindo água, você pediria, e ele lhe daria a água da vida.
11  Ela respondeu: —O senhor não tem balde para tirar água, e o poço é fundo. Como é que vai conseguir essa água da vida?
12  Nosso antepassado Jacó nos deu este poço. Ele, os seus filhos e os seus animais beberam água daqui. Será que o senhor é mais importante do que Jacó?
13  Então Jesus disse: —Quem beber desta água terá sede de novo,
14  mas a pessoa que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Porque a água que eu lhe der se tornará nela uma fonte de água que dará vida eterna.
15  Então a mulher pediu: —Por favor, me dê dessa água! Assim eu nunca mais terei sede e não precisarei mais vir aqui buscar água.
16  —Vá chamar o seu marido e volte aqui! —ordenou Jesus.
17  —Eu não tenho marido! —respondeu a mulher. Então Jesus disse: —Você está certa ao dizer que não tem marido,
18  pois já teve cinco, e este que você tem agora não é, de fato, seu marido. Sim, você falou a verdade.
19  A mulher respondeu: —Agora eu sei que o senhor é um profeta!
20  Os nossos antepassados adoravam a Deus neste monte, mas vocês, judeus, dizem que Jerusalém é o lugar onde devemos adorá-lo.
21  Jesus disse: —Mulher, creia no que eu digo: chegará o tempo em que ninguém vai adorar a Deus nem neste monte nem em Jerusalém.
22  Vocês, samaritanos, não sabem o que adoram, mas nós sabemos o que adoramos porque a salvação vem dos judeus.
23  Mas virá o tempo, e, de fato, já chegou, em que os verdadeiros adoradores vão adorar o Pai em espírito e em verdade. Pois são esses que o Pai quer que o adorem.
24  Deus é Espírito, e por isso os que o adoram devem adorá-lo em espírito e em verdade.
25  A mulher respondeu: —Eu sei que o Messias, chamado Cristo, tem de vir. E, quando ele vier, vai explicar tudo para nós.
26  Então Jesus afirmou: —Pois eu, que estou falando com você, sou o Messias.
27 Naquele momento chegaram os seus discípulos e ficaram admirados, pois ele estava conversando com uma mulher. Mas nenhum deles perguntou à mulher o que ela queria. E também não perguntaram a Jesus por que motivo ele estava falando com ela.
28  Em seguida, a mulher deixou ali o seu pote, voltou até a cidade e disse a todas as pessoas:
29  —Venham ver o homem que disse tudo o que eu tenho feito. Será que ele é o Messias?
30  Muitas pessoas saíram da cidade e foram para o lugar onde Jesus estava. Jo 4:7-30

Parece que Jesus seguiu uma “fórmula” simples quando falou com a mulher de Samaria: 1. Ele chamou sua atenção: “Dê-me um pouco de água” (v. 7, NVI); 2. Ele despertou seu interesse: “Como o Senhor, sendo judeu, pede a mim, uma samaritana, água para beber?” (v. 9, NVI); 3. Ele criou um desejo: “Senhor, dê-me dessa água” (v. 15, NVI); 4. Ele produziu convicção: “Senhor, vejo que é profeta” (v. 19, NVI); e 5. Ações posteriores: “Venham ver um homem que me disse tudo o que tenho feito. Será que Ele não é o Cristo?” (v. 29, NVI).

Esses cinco estágios de evangelismo não precisam necessariamente ocorrer em um único encontro como aconteceu com Jesus e a mulher junto ao poço de Jacó. Eles podem acontecer durante um período em que você continua a testemunhar para alguém. As situações variam muito, mas os princípios vistos nessa passagem podem ser amplamente aplicados às nossas tentativas de alcançar as pessoas.

Além disso, embora a conversa inicial estivesse relacionada com a água literal, o objetivo de Jesus era fazer com que a mulher samaritana desejasse beber a água da vida. No fim, ainda que sejamos chamados a ajudar as pessoas nas situações em que as encontramos, e a ministrar às suas necessidades da forma que podemos, nunca devemos nos esquecer de que sua maior necessidade é a salvação em Jesus.

Quantas vezes você aproveita as oportunidades de testemunhar ou de ministrar? Não é verdade que muitas vezes encontramos pessoas que, apesar da interação conosco, não têm a mínima ideia da doutrina em que acreditamos, dos princípios que defendemos nem da esperança que temos? Como podemos nos tornar testemunhas mais eficientes?

Segunda                           Um ambiente estimulante


Uma parte vital da evangelização ocorre na igreja a cada semana. Esse aspecto do evangelismo é chamado de “nutrição” e “integração”. Temos sido muito bons em convidar as pessoas para nossas igrejas, mas nem sempre temos criado com tanta eficiência um ambiente que incentive as pessoas a voltar e se firmar na comunhão. Se devemos fazer discípulos, precisamos dar atenção ao estabelecimento e sustentação de cada novo cristão.

O que isso significa? “Estabelecer” dá a ideia de colocar alguma coisa sobre uma base firme e permanente. É ajudar a proporcionar ao recém-convertido um alicerce de fé e comunhão. A ideia de “nutrir” geralmente é explicada por conceitos como “cultivar, criar, cuidar, promover, treinar e educar”. Quando alguém aceita o Senhor Jesus como Salvador pessoal, todas essas áreas do estabelecimento e nutrição devem ser aplicadas espiritual e socialmente dentro da comunidade cristã. Em outras palavras, um novo cristão precisa ser desenvolvido, cuidado, estimulado, treinado e educado nos caminhos do Senhor.

“Companheirismo” é fundamental. Nesse ambiente, as pessoas tocam e influenciam umas às outras. Os que se unem a uma igreja devem receber atenção por meio da comunhão espiritual.

2. Qual é a importância da comunhão espiritual entre os cristãos? Por que isso é especialmente importante no caso de novos cristãos, aqueles que vêm para a igreja por meio do nosso evangelismo e testemunho?

Porém, se vivemos na luz, como Deus está na luz, então estamos unidos uns com os outros, e o sangue de Jesus, o seu Filho, nos limpa de todo pecado. 1Jo 1:7

E todos continuavam firmes, seguindo os ensinamentos dos apóstolos, vivendo em amor cristão, partindo o pão juntos e fazendo orações. At 2:42

19 Os seguidores de Jesus foram espalhados pela perseguição que havia começado com a morte de Estêvão. Alguns foram até a região da Fenícia, a ilha de Chipre e a cidade de Antioquia e anunciavam a palavra de Deus somente aos judeus.
20  Mas outros, que eram de Chipre e da cidade de Cirene, foram até Antioquia e falaram também aos não-judeus, anunciando a eles a boa notícia a respeito do Senhor Jesus.
21  O poder do Senhor estava com eles, e muitas pessoas creram e se converteram ao Senhor.
22  Essas notícias chegaram à igreja de Jerusalém, que resolveu mandar Barnabé para Antioquia.
23  Quando chegou lá e viu como Deus tinha abençoado aquela gente, Barnabé ficou muito alegre. E animou todos a continuarem fiéis ao Senhor, de todo o coração. At 11:19-23

Em tudo tenho mostrado a vocês que é trabalhando assim que podemos ajudar os necessitados. Lembrem das palavras do Senhor Jesus: “É mais feliz quem dá do que quem recebe.”  At 20:35

11 Pois eu quero muito vê-los, a fim de repartir bênçãos espirituais com vocês para fortalecê-los,
12 quer dizer, para que nos animemos uns aos outros por meio da fé que vocês e eu temos. Rm 1:11, 12

A palavra nós em 1 João 1:7 nos revela que, embora devamos andar na luz, individualmente, devemos também andar na luz em comunidade. Se os cristãos andarem na luz, haverá comunhão e unidade. Consequentemente, haverá um ambiente de crescimento, no qual as pessoas focalizarão a vontade de Deus para sua vida e o encorajamento de uns aos outros na caminhada cristã. Embora seja importante ajudar os novos membros a se sentir felizes e satisfeitos na igreja, também é importante levá-los a se tornar discípulos no sentido mais pleno da palavra, o que inclui o desenvolvimento da capacidade de levar outros a um relacionamento salvífico com o Senhor Jesus.

Sua igreja dedica atenção à consolidação dos novos membros de modo planejado? Como você pode se tornar mais envolvido em ajudar a nutrir os novos membros (ou até mesmo os “mais antigos”), em relação a esse assunto?

Terça                                     Formando instrutores


No mundo em que vivemos, as pessoas estão sempre mudando. As igrejas locais estão regularmente efetuando transferências de membros que vêm e vão, e muitas vezes lamentam a perda de membros capazes que se dedicavam a ministérios importantes. Devido a essa possível transferência de habilidades, e visto que o ministério de evangelismo e testemunho da igreja local deve continuar se expandindo, há grande necessidade de multiplicar esses ministérios.

3. Que princípios a respeito da formação de instrutores podemos tirar das instruções de Paulo a Timóteo? Como devemos aplicar esses princípios em nosso trabalho para o Senhor, seja qual for a função que desempenhamos?
1 E você, meu filho, seja forte por meio da graça que é nossa por estarmos unidos com Cristo Jesus.
2  Tome os ensinamentos que você me ouviu dar na presença de muitas testemunhas e entregue-os aos cuidados de homens de confiança, que sejam capazes de ensinar outros.
3  Como fiel soldado de Cristo Jesus, tome parte no meu sofrimento.
4  Pois o soldado, quando está servindo, quer agradar o seu comandante e por isso não se envolve em negócios da vida civil.
5  O atleta que toma parte numa corrida não recebe o prêmio se não obedecer às regras da competição.
6  E o lavrador que trabalha no pesado deve ser o primeiro a receber a sua parte na colheita.
7  Pense no que estou dizendo, pois o Senhor fará com que você compreenda todas as coisas. 2Tm 2:1-7

Paulo apresentou a Timóteo a importância de ver o quadro mais amplo do trabalho da igreja, em relação à sua extensão e duração. Os ministérios pastoral e de ensino não devem ser centralizados apenas em um homem. Eles devem ser a obra de grande número de testemunhas e evangelistas na igreja. Basicamente, Paulo estava dizendo a Timóteo que treinasse outros para a liderança na igreja porque, finalmente, a geração mais antiga de líderes morreria. Um princípio da instrução a Timóteo é que aqueles a quem ele instruísse, por sua vez também ensinariam aos outros, garantindo assim que a missão da Igreja no mundo fosse contínua e expansiva. Isso está em harmonia com o chamado de Jesus para que haja mais trabalhadores na seara.

Dizem: “
Dê a um homem um peixe e você o alimentará por um dia; ensine-o a pescar e você o alimentará e à sua família enquanto ele viver”. O problema é que, se o homem não transmitir aos filhos sua habilidade de pescar, a geração seguinte passará fome. Talvez o ditado devesse ser modificado: “Dê a um homem um peixe e você o alimentará por um dia; ensine um homem a pescar e a transmitir seu conhecimento e técnicas de pescaria, e um número incontável de pessoas continuarão a ser alimentadas”. Essa é a diferença entre formar pessoas e treiná-las para ser instrutores.

Pense em sua experiência. Alguém já lhe ensinou como testemunhar aos outros? Você já pediu para ser treinado quanto à maneira de testemunhar aos outros? Comente com a classe.

Quarta                              Resgatando pessoas afastadas


Apóstata é uma palavra que gostaríamos de eliminar do vocabulário cristão. No entanto, o fato é que muitas pessoas se afastam da igreja e de um relacionamento de salvação com o Senhor. Embora as pessoas às vezes nos deixem por causa da doutrina, na maioria das vezes elas nos deixam por outros motivos, geralmente conflitos pessoais e coisas semelhantes. Independentemente das razões, precisamos fazer tudo o que pudermos para criar um ambiente de amor e carinho que motive os que se unem conosco a permanecer entre nós, apesar dos problemas pessoais que surgem inevitavelmente.

Ao mesmo tempo, precisamos ter um ministério para cuidar dos ex-membros e dos membros que não mais estão frequentando, como parte do planejamento do nosso programa de testemunho e evangelismo. Uma rápida olhada na lista de membros de muitas igrejas provavelmente revelará que há muito mais nomes na lista do que pessoas que frequentam o culto a cada sábado. Esses nomes podem ser o início de um ministério especial em favor das pessoas que Deus jamais deixou de amar intensamente.

4. Com base no contexto da reconciliação realizada por Cristo, que princípio podemos aplicar em nossa igreja? Qual é a importância do ministério da reconciliação para os que seguiram a Deus no passado, mas dEle se afastaram?

18 Tudo isso é feito por Deus, o qual, por meio de Cristo, nos transforma de inimigos em amigos dele. E Deus nos deu a tarefa de fazer com que os outros também sejam amigos dele.
19  A nossa mensagem é esta: Deus não leva em conta os pecados dos seres humanos e, por meio de Cristo, ele está fazendo com que eles sejam seus amigos. E Deus nos mandou entregar a mensagem que fala da maneira como ele faz com que eles se tornem seus amigos.
20  Portanto, estamos aqui falando em nome de Cristo, como se o próprio Deus estivesse pedindo por meio de nós. Em nome de Cristo nós pedimos a vocês que deixem que Deus os transforme de inimigos em amigos dele. 2Co 5:18-20

Resgatar ex-membros é um ministério especial. Além disso, esse ministério é tão evangelístico quanto a obra de alcançar pessoas que jamais aceitaram a Cristo antes. A própria palavra reconciliação implica que anteriormente houve uma unidade e comunhão entre o homem e Deus, e que foi restaurada por meio de Jesus Cristo. Da mesma forma, recebemos agora um ministério de reconciliação que inclui o esforço para alcançar os que, no passado, adoraram conosco.

5 A estes doze enviou Jesus, dando-lhes as seguintes instruções: Não tomeis rumo aos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos;
6  mas, de preferência, procurai as ovelhas perdidas da casa de Israel; Mateus 10:5-6
Na verdade, é possível argumentar que, em Mateus 10:5, 6, Jesus enviou Seus discípulos para reconquistar os judeus que se haviam afastado de um relacionamento salvífico com seu Senhor. Assim, é inteiramente apropriado que nós hoje também participemos do trabalho em favor das pessoas que têm uma história especial com Deus e Sua igreja.
Pense naqueles que deixaram a igreja e na razão pela qual eles fizeram isso. Há alguma pessoa com quem você poderia restabelecer contato e recomeçar a amizade, a quem você poderia ministrar e procurar reconectar com a igreja? Ore buscando descobrir como fazer isso.

Quinta                                     A porta dos fundos


Você já notou como as pessoas lamentam o fato de que muitas vezes os membros da igreja saem “pela porta dos fundos”? Elas até declaram firmemente que a porta dos fundos da igreja deve ser fechada, mas falham em nos mostrar como fechar essa porta ou até mesmo a localização dela. Algumas igrejas em crescimento podem pensar que sua porta dos fundos está fechada, mas na realidade pode estar acontecendo simplesmente que mais pessoas estão entrando pela porta da frente do que saindo pela porta dos fundos. Embora seja melhor que mais pessoas estejam entrando pela porta da frente do que saindo pela porta dos fundos (o que ocorre em alguns lugares), ainda assim queremos fazer o que for possível para conservar nossos membros.

Descobrir qual é a porta dos fundos e tentar fechá-la exigirá estratégias que são, de fato, evangelísticas, visto que nossa missão não é simplesmente ganhar pessoas para Deus, mas também conservá-las.

5. Por que os cristãos devem se reunir regularmente? Quando nos reunimos para a comunhão, temos encorajado uns aos outros? Como podemos intensificar esse princípio?

Não abandonemos, como alguns estão fazendo, o costume de assistir às nossas reuniões. Pelo contrário, animemos uns aos outros e ainda mais agora que vocês vêem que o dia está chegando. Hb 10:25

A decisão de deixar a comunhão geralmente não é tomada subitamente. Em vez disso, a maioria das pessoas passa por um processo de afastamento silencioso. Assim como, para elas, aproximar-se de Cristo e da igreja foi uma jornada, o processo de saída é outra jornada. Na maioria das vezes, o afastamento não é uma estratégia conscientemente planejada. Pouco a pouco, as pessoas começam a ficar desligadas, desencantadas e insatisfeitas com as coisas na igreja. Talvez, em alguns casos, com razão. Portanto, procuremos estar cientes da jornada dos que nos rodeiam na igreja.

6. Que admoestações podem nos ajudar a manter fechada a porta dos fundos? O que você e sua igreja podem fazer para viver essas importantes verdades?

Por isso paremos de criticar uns aos outros. Pelo contrário, cada um de vocês resolva não fazer nada que leve o seu irmão a tropeçar ou cair em pecado. Rm 14:13

Porém vocês, irmãos, foram chamados para serem livres. Mas não deixem que essa liberdade se torne uma desculpa para permitir que a natureza humana domine vocês. Pelo contrário, que o amor faça com que vocês sirvam uns aos outros. Gl 5:13    

Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou. Ef 4:32

Uma igreja carinhosa, que continua cuidando, é um lugar no qual todos estão concentrados em seu relacionamento pessoal com Jesus. Eles têm um conceito claro do valor que Jesus dá a cada indivíduo. Fechar a porta dos fundos envolve se aproximar das pessoas, descobrindo suas necessidades, na medida em que elas estejam dispostas a compartilhar, e atender a essas necessidades, quando for apropriado. Isso é algo que nenhum programa da igreja pode proporcionar. Apenas pessoas amorosas e carinhosas conseguem fazer isso.

Sexta                                           Estudo adicional


Os envolvidos em um ministério de testemunho devem dar atenção à forma pela qual possam fazer com que seu ministério seja contínuo, e não um evento ocorrido uma única vez. O que você deve fazer?

1. Tenha disposição para compartilhar a liderança, em vez de ser uma banda de uma só pessoa.
2. Faça o que for possível para manter diante da igreja a importância do ministério de sua equipe. Isso incluirá relatórios periódicos à comissão geral de evangelismo, informações no boletim da igreja, informativo especial, cartazes no quadro de avisos e solicitação de verbas no orçamento da igreja.
3. Procure constantemente pessoas que você possa convidar para participar de sua equipe ou para formar outra equipe. Se alguém se oferecer para participar da equipe, isso é bom; no entanto, será melhor convidar individualmente as pessoas.
4. Realize regularmente eventos de treinamento.

Perguntas para reflexão
1. Sua igreja tem um programa de treinamento evangelístico? Como melhorar a situação?
2. “Precisamos ser canais através dos quais Deus possa enviar luz e graça ao mundo. Os infiéis precisam ser recuperados. Precisamos apartar-nos de nossos pecados, pela confissão e pelo arrependimento, humilhando nosso orgulhoso coração perante Deus. Torrentes de poder espiritual serão derramadas sobre aqueles que estão preparados para recebê-las” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 8, p. 46). O que é necessário, e por que, para ajudar a trazer as pessoas de volta para a igreja e para a maravilhosa mensagem da “verdade presente”?
3. Quando as pessoas se afastarem da igreja, vamos amá-las e manter contato com elas; vamos evitar julgá-las e chamá-las de “apóstatas” ou, ainda pior, não atiremos contra elas citações de Ellen White sobre pessoas que se afastam. Em vez disso, vamos usar essas experiências tristes para, como disse Paulo, examinar se estamos na fé (
Examinem-se para descobrir se vocês estão firmes na fé. Com certeza vocês sabem que Jesus Cristo está unido com vocês, a não ser que vocês tenham falhado completamente. 2Co 13:5) e perguntar se poderíamos ter feito alguma coisa de modo diferente a fim de ajudar a manter essas pessoas entre nós. E ainda mais importante, vamos evitar alguma atitude que torne mais difícil a volta delas.




Um ministério perpétuo (resumo do estudo nº 13)






18 Jesus disse: —Com o que o Reino de Deus é parecido? Que comparação posso usar?
19  Ele é como uma semente de mostarda que um homem pega e planta na sua horta. A planta cresce e fica uma árvore, e os passarinhos fazem ninhos nos seus ramos Lc 13:18-19

Saber: Que não há “aposentadoria” do ministério espiritual e que devemos, ao mesmo tempo, transmiti-lo aos outros por meio de orientação e discipulado.
Sentir: A experiência de comunhão e serviço que assegura o crescimento dos novos cristãos e oferece reconciliação aos que se afastaram da comunhão.
Fazer: Orientar e treinar outros nos ministérios em que são habilitados.

Esboço

I. Ministério perpétuo
A. Por que devemos considerar que nosso trabalho de compartilhar o evangelho e promover o crescimento da igreja jamais está concluído?
B. Como Cristo nos ensinou a capacitar os outros? Como podemos orientar outras pessoas para assumir os ministérios pelos quais somos apaixonados?

II. Alimentando e reconciliando
A. Que atitudes são importantes ao nutrir nos novos cristãos a comunhão e o senso de que pertencem à família da igreja?
B. Que atitudes são importantes quando procuramos reconciliar os que se tornaram desiludidos e perderam o senso de comunhão no corpo de Cristo?

III. Discipulado
A. Como podemos ajudar os novos cristãos a criar novos laços de amizade e se firmar na comunhão?
B. O que podemos fazer para orientar os novos crentes no serviço? Como podemos ajudá-los a encontrar seu lugar como obreiros no reino de Deus?

Resumo: 
Visto que somos filhos de Deus, sempre procuraremos promover Seu reino, ministrar aos Seus filhos e compartilhar tudo o que sabemos de Sua bondade.

Motivação
A força da vida cristã é o profundo relacionamento de amor com Deus. Uma vibrante e saudável caminhada com Ele se manifesta no desejo permanente de salvar os perdidos.

Conte a seguinte história com suas próprias palavras. O ponto mais importante que ela apresenta é que o evangelismo pode, às vezes, ser difícil, mas devemos continuar na força do Senhor.

Numa tarde de sábado, uma igreja reuniu os jovens para uma atividade de testemunho na comunidade. A igreja havia comprado uma série de folhetos. Após algumas orientações de segurança, os jovens e seus líderes entraram nos carros e saíram para semear as sementes para o reino de Deus.

Tendo estacionado em vários cantos da cidade, começaram a distribuir os folhetos para as pessoas que passavam. No início, muitos jovens estavam apreensivos, mas a cada folheto entregue eles se tornavam cada vez mais ousados, tendo até mesmo longas conversas com estranhos.

Então, um dos adolescentes entregou um folheto a um homem dentro de um carro parado em um cruzamento. O homem pegou o folheto com um sorriso. Ele tirou o acendedor de cigarros e queimou o folheto, antes de jogá-lo na rua e acelerar enquanto dava uma risada.

Pense nisto: 
Como o ato de desdém do homem que queimou o folheto afetou o rapaz que lhe havia entregado o material? O que esse episódio nos diz sobre o mundo em que somos chamados a ministrar? O que você, como líder, diria a alguém, jovem ou idoso, que experimentasse um insulto semelhante?

Compreensão
Jesus viveu um ministério perpétuo. Ele nos deixou o exemplo. Sua vida jamais foi dividida em compartimentos. Ele viveu “uma” vida, que O habilitou a ministrar aos outros com muita eficiência.

Comentário Bíblico


I. Um novo paradigma

7
  Uma mulher samaritana veio tirar água, e Jesus lhe disse: —Por favor, me dê um pouco de água.
8  (Os discípulos de Jesus tinham ido até a cidade comprar comida.)
9  A mulher respondeu: —O senhor é judeu, e eu sou samaritana. Então como é que o senhor me pede água? (Ela disse isso porque os judeus não se dão com os samaritanos.)
10  Então Jesus disse: —Se você soubesse o que Deus pode dar e quem é que está lhe pedindo água, você pediria, e ele lhe daria a água da vida.
11  Ela respondeu: —O senhor não tem balde para tirar água, e o poço é fundo. Como é que vai conseguir essa água da vida?
12  Nosso antepassado Jacó nos deu este poço. Ele, os seus filhos e os seus animais beberam água daqui. Será que o senhor é mais importante do que Jacó?
13  Então Jesus disse: —Quem beber desta água terá sede de novo,
14  mas a pessoa que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Porque a água que eu lhe der se tornará nela uma fonte de água que dará vida eterna.
15  Então a mulher pediu: —Por favor, me dê dessa água! Assim eu nunca mais terei sede e não precisarei mais vir aqui buscar água.
16  —Vá chamar o seu marido e volte aqui! —ordenou Jesus.
17  —Eu não tenho marido! —respondeu a mulher. Então Jesus disse: —Você está certa ao dizer que não tem marido,
18  pois já teve cinco, e este que você tem agora não é, de fato, seu marido. Sim, você falou a verdade.
19  A mulher respondeu: —Agora eu sei que o senhor é um profeta!
20  Os nossos antepassados adoravam a Deus neste monte, mas vocês, judeus, dizem que Jerusalém é o lugar onde devemos adorá-lo.
21  Jesus disse: —Mulher, creia no que eu digo: chegará o tempo em que ninguém vai adorar a Deus nem neste monte nem em Jerusalém.
22  Vocês, samaritanos, não sabem o que adoram, mas nós sabemos o que adoramos porque a salvação vem dos judeus.
23  Mas virá o tempo, e, de fato, já chegou, em que os verdadeiros adoradores vão adorar o Pai em espírito e em verdade. Pois são esses que o Pai quer que o adorem.
24  Deus é Espírito, e por isso os que o adoram devem adorá-lo em espírito e em verdade.
25  A mulher respondeu: —Eu sei que o Messias, chamado Cristo, tem de vir. E, quando ele vier, vai explicar tudo para nós.
26  Então Jesus afirmou: —Pois eu, que estou falando com você, sou o Messias.
27 Naquele momento chegaram os seus discípulos e ficaram admirados, pois ele estava conversando com uma mulher. Mas nenhum deles perguntou à mulher o que ela queria. E também não perguntaram a Jesus por que motivo ele estava falando com ela.
28  Em seguida, a mulher deixou ali o seu pote, voltou até a cidade e disse a todas as pessoas:
29  —Venham ver o homem que disse tudo o que eu tenho feito. Será que ele é o Messias?
30  Muitas pessoas saíram da cidade e foram para o lugar onde Jesus estava. Jo 4:7-30

18  Então Jesus chegou perto deles e disse: —Deus me deu todo o poder no céu e na terra.
19  Portanto, vão a todos os povos do mundo e façam com que sejam meus seguidores, batizando esses seguidores em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo
20  e ensinando-os a obedecer a tudo o que tenho ordenado a vocês. E lembrem disto: eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos. Mt 28:18-20

A ênfase da lição de domingo sobre os passos do evangelismo é instrutiva. Há um processo pelo qual as pessoas são levadas de uma vida de pecado para uma vida de entrega a Deus. Essa obra do reino é o grande chamado da vida do cristão (Mt 28:18-20). Esse chamado exige muito dos que o aceitam.

Quando Jesus percebeu a oportunidade de dar "água viva" à mulher samaritana, Ele estava consciente de todos os tabus que quebraria ao falar com ela, um dos quais era o ódio racial que existia entre judeus e samaritanos (leia um pouco mais sobre essa história em 2Rs 17:23-29; Ed 4). O Comentário Bíblico Adventista [The SDA Bible Commentary] diz: "
O ódio racial mantinha judeus e samaritanos tão distantes que eles evitavam o convívio social, se possível" (v. 5, p. 938).

Pense nisto:
O que as ações de Jesus nos dizem sobre a importância de compartilhar a mensagem da salvação a todo custo? Que outros tabus culturais Jesus quebrou ao Se aproximar da mulher samaritana? Que lições existem para nós na comunicação de Jesus com essa mulher, apesar de sua má reputação?

II. Comunhão profunda

E todos continuavam firmes, seguindo os ensinamentos dos apóstolos, vivendo em amor cristão, partindo o pão juntos e fazendo orações. At 2:42

Na lição de segunda-feira, aprendemos que a comunhão cristã é uma das formas pelas quais Deus fundamenta os novos cristãos na fé. A palavra koinonia, usada por Paulo em Atos 2:42, significa compartilhar, unidade, estreita associação, companheirismo, participação, sociedade, comunhão e fraternidade. Koinonia é a unidade iniciada e dirigida pelo Espírito Santo.

Os novos cristãos mencionados em Atos se entregavam de todo o coração a Deus e ao serviço uns dos outros. Eles comiam juntos. Há comunhão mais íntima entre amigos do que compartilhar uma refeição? Jesus foi repreendido porque comia com os pecadores (
Os fariseus e os mestres da Lei criticavam Jesus, dizendo: —Este homem se mistura com gente de má fama e toma refeições com eles. Lc 15:2). Devemos notar aqui que os crentes não relegam a comunicação e o companheirismo a um determinado dia da semana ou a certa forma de foco ministerial. Eles não se reúnem apenas quando a igreja sai para realizar um ministério em algum lugar. Os cristãos possuem uma cultura espiritual de solicitude e de testemunho.

Pense nisto: 
A Escola Sabatina é um dos ministérios essenciais da igreja local. Ela pode ser uma experiência que ofereça cuidado e crescimento? Além de proporcionar a oportunidade de estudar a verdade, para que outro propósito a Escola Sabatina existe? Depois de ser atacados durante a semana pelo diabo, como podemos encorajar os que vão à Escola Sabatina?

III. O alvo em vista

18
  Então Jesus chegou perto deles e disse: —Deus me deu todo o poder no céu e na terra.
19  Portanto, vão a todos os povos do mundo e façam com que sejam meus seguidores, batizando esses seguidores em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo
20  e ensinando-os a obedecer a tudo o que tenho ordenado a vocês. E lembrem disto: eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos. Mt 28:18-20

A lição desta semana termina com um duplo foco na recuperação dos membros perdidos e na conservação de todos os membros, de modo que nenhum deles deixe a comunhão.

À medida que novos membros se unem à igreja, há uma sensação palpável de entusiasmo. Muitas vezes, os membros antigos veem isso como prova de que Deus está abençoando a igreja e que a igreja está ativamente envolvida no ministério ao qual foi chamada. Os novos membros são conduzidos ao ministério ativo e preparados para o serviço. Igrejas que crescem têm uma aura sobre elas. Isso pode levar a uma espécie de negligência em relação ao ministério para a comunidade mais ampla? Essas igrejas podem se tornar focalizadas em si mesmas, enquanto professam cumprir a comissão evangélica?

Em seu livro desafiador The Externally Focused Church [A Igreja Focalizada para Fora], os autores Rick Rusaw e Eric Swanson escreveram: "
Igrejas focalizadas para dentro se concentram em trazer pessoas para dentro da igreja e gerar atividades ali. ... Essas são boas igrejas, cheias de pessoas boas. O que elas fazem é vital, mas não é suficiente para que sejam igrejas sadias. Adoração, ensino e devoção pessoal são absolutamente necessários para desenvolver a capacidade interna essencial a fim de manter o foco externo. No entanto, se todos os recursos humanos e financeiros são aplicados dentro das quatro paredes da igreja, não importando que as coisas pareçam ser "espirituais", algo está faltando" (Loveland, Colorado; Group Publishing, 2004, p. 16).

Pense nisto: 
Como você pode ajudar sua igreja a cumprir a comissão evangélica de Mateus 28:18-20 e evitar a obsessão pelo que acontece dentro de suas quatro paredes?

Aplicação
Como podemos aplicar os processos de avaliação à nossa vida pessoal? Incentive os membros da classe a responder às perguntas abaixo, formulando as respostas a partir de sua experiência pessoal com Deus.

Perguntas para reflexão
1. Algumas igrejas estabelecem um processo claro para a incorporação dos novos cristãos na comunhão e no trabalho da igreja. Que coisas devem ser incluídas em tal processo? O que não deve ser incluído?
2. Ajudem uns aos outros e assim vocês estarão obedecendo à lei de Cristo. Gálatas 6:2. O que os membros do corpo de Cristo devem fazer pelos outros membros? Por quê? De que maneiras específicas essa ética de cuidar dos outros fortalece o trabalho da igreja?

Perguntas de aplicação
1. Não abandonemos, como alguns estão fazendo, o costume de assistir às nossas reuniões. Pelo contrário, animemos uns aos outros e ainda mais agora que vocês vêem que o dia está chegando. Hebreus 10:25. Parte desse verso transmite o senso de urgência a respeito de nos reunirmos como família de cristãos. Alguns membros acreditam que podem se concentrar melhor em Deus adorando pela internet, em vez de ir à igreja. O que você diria para convencê-los a começar a frequentar a igreja?
2. Algumas igrejas têm uma cultura de comunhão tão forte que as pessoas de fora dificilmente podem ter acesso a ela. O que os membros podem fazer para romper com a cultura exclusivista na igreja?
3. Como sua classe da Escola Sabatina pode ajudar a recuperar os membros afastados da igreja? Qual é o papel da oração nesse processo?
4. Como a Escola Sabatina pode apoiar a missão mundial da igreja? A missão mundial é um dos principais focos da Escola Sabatina.

Perguntas para testemunhar
1. Testemunhar pode ser um processo "sujo". Quando participamos dele, nossa vida, muitas vezes, se envolve com pessoas que têm problemas significativos. Como podemos continuar a ministrar aos que sofrem quando suas dores começam a complicar nossa vida?
2. Que contribuição, além de dinheiro, os idosos podem dar aos esforços evangelísticos da igreja? Como isso pode se tornar uma parte essencial dos esforços de uma congregação para alcançar os de dentro e os de fora?

Criatividade
Foi pela fé que Jacó, pouco antes de morrer, abençoou os filhos de José. Ele se apoiou na sua bengala e adorou a Deus. Hebreus 11:21. O objetivo deste exercício final é a aceitação do chamado ao ministério por toda a vida. Jacó tinha muitas falhas. Ele cometeu muitos erros, porém Deus o perdoou, o abençoou e o habilitou a abençoar os outros. Mostre que, no caso de morrermos antes da vinda de Jesus, devemos ser totalmente consumidos, tendo consagrado tudo a Deus!

O incidente mencionado em Hebreus 11:21 ocorreu em Gênesis 48. Jacó era um homem idoso, cego e fraco. Ele havia sofrido muito e aprendido duras lições nas mãos de Deus. Enquanto se preparava para a morte, continuou seu ministério, principalmente para com a família. Abençoou os filhos de José, Manassés e Efraim, e adorou a Deus até o fim da vida.

1. Como foi a vida de Jacó? Apesar de sua falta de fidelidade, em alguns momentos, o que a história dele revela sobre a misericórdia de Deus para conosco?
2. O que a família de Jacó sofreu como resultado de seus pecados e falhas como pai?
3. Que momento mudou sua vida para sempre? O que Deus fez por ele

26  Então o homem disse: —Solte-me, pois já está amanhecendo. —Não solto enquanto o senhor não me abençoar—respondeu Jacó.
27  Aí o homem perguntou: —Como você se chama? —Jacó—respondeu ele.
28  Então o homem disse: —O seu nome não será mais Jacó. Você lutou com Deus e com os homens e venceu; por isso o seu nome será Israel.  (Gn 32:26-28)?




Um ministério perpétuo (comentário ao estudo nº 13)




 

II. O Mestre Jesus
A iniciativa do discipulado se origina no chamado de Jesus (Mc 1:17; 2:14; Mt 4:19; 9:9). A resposta a esse chamado, no entanto, envolve reconhecer e crer na identidade de Jesus, obedecê-Lo (Mc 1:18, 20), dedicar total lealdade a Ele (Lc 14:25-28; Mt 19:23-30) e participar na Sua missão. Esse chamado é o começo de algo novo. Isso significa deixar para trás a vida antiga (Mt 8:34-37; Lc 9:23-25), encontrar nova vida na família de Deus (Mt 12:46-50) e ser enviado pelo Pai para o mundo (Jo 20:21). Porém, o chamado para o discipulado de Jesus também veio acompanhado de um convite para se considerar o custo do discipulado (Lc 9:57-62; 14:25-33).

 “
Quando Jesus chamou homens e mulheres para O seguir, Ele ofereceu um relacionamento pessoal consigo mesmo, não simplesmente um estilo de vida alternativo nem práticas religiosas diferentes nem uma nova organização social” (Evangelical Dictionary of World Missions, p. 279). Através desse relacionamento os díscipulos foram conhecendo os mistérios do reino de Deus (Lc 8:10) tanto pela associação como pela explicação (Robert E. Coleman, The Master Plan of Evangelism). Não importa quão avançado o discípulo de Jesus esteja, ele sempre será um discípulo de Jesus.

Com o objetivo final de se tornar mais semelhante a Jesus, o Mestre (Mt 10:24-25; Lc 6:40), se poderia resumir os aspectos do desenvolvimento espiritual em três:

(1) Permanecer na Palavra de Jesus como a verdade que rege todas as áreas da vida (Jo 8:31-32);
(2) Amar uns aos outros como Jesus amou Seus discípulos (Jo 13:34-35);
(3) Frutificar, incluindo o fruto do Espírito Santo (Gl 5:22-26), novos discípulos (Jo 4:3-38), justiça e boas obras (Fl 1:11; Cl 1:10) e testemunho de proclamação ao mundo (Jo 20:21).

Portanto, o discipulado foi central no ministério terrestre de Jesus, assim como deve ocupar um lugar central na missão da igreja, em todos os tempos, ao fazer discípulos em todas as nações e ajudar os novos discípulos no crescimento espiritual (Evangelical Dictionary of World Missions, p. 278). Uma igreja assim é uma comunidade de discípulos. Na Grande Comissão final, Jesus enfatizou a importância do discipulado como responsabilidade dos Seus discípulos, em todo o tempo e em todos os lugares. Se começamos o trimestre comentando sobre a Grande Comissão e sua essência (ver comentário da lição 1), concluímos o estudo ressaltando a ordem central de Cristo, que foi a de fazer discípulos.

II. Discipulado
Naturalmente, o discipulado de Jesus continua até os dias de hoje e deveria seguir as características da prática, quando instituída por Ele. Por isso, não há como enfatizar demais que “discipulado não é um programa nem um evento; é um modo de vida. Não é por um tempo limitado, mas para toda a nossa vida. Discipulado não é para iniciantes apenas; é para todos os crentes, em cada dia da sua vida” (Bill Hull, The Complete Book of Discipleship, p. 24). De forma resumida, discipulado significa constantemente aprender e seguir o Mestre.

Robert E. Coleman identifica, de forma didática, oito passos desse processo: (1) seleção, (2) associação, (3) consagração, (4) transmissão, (5) demonstração, (6) delegação, (7) supervisão e (8) reprodução. É importante lembrar que, na prática, esses estágios geralmente não acontecem de maneira organizada, sequencial e segmentada, mas o desenvolvimento de um discípulo maduro certamente incluirá todas elas.

Da mesma forma, o amadurecimento do cristão é representado de maneira didática por Rick Warren (The Purpose-driven Life) em quatro etapas: (1) Comprometido em ser membro; (2) comprometido em amadurecer; (3) comprometido em ministrar; e (4) comprometido em ser missionário. Essa compreensão do discipulado como processo que envolve tempo e relacionamentos tem inspirado vários programas que incluem ciclos de 40 dias de dedicação especial ao crescimento espiritual.

Refletindo sobre maneiras de se assemelhar a Jesus, Hull sugere seis áreas que precisam ser transformadas no ser humano:
(1) mente: crer naquilo que Jesus acreditava;
(2) caráter: viver do jeito que Jesus viveu;
(3) relacionamentos: amar como Jesus amava;
(4) hábitos: praticar o que Jesus praticava;
(5) serviço: ministrar como Jesus ministrava; e 
(6) influência: liderar como Jesus liderava (p. 130).

Apesar de o processo de discipulado ter sido comum no Seu tempo, a singularidade do discipulado de Jesus estava em quatro aspectos:

1. Em quem Ele escolheu: Jesus escolheu pessoas com paixão e sede espiritual. Pessoas comuns que pudessem se relacionar com todos e que teriam a disponibilidade de aprender.
2. Tinha por base unicamente a amizade e o respeito comum: Jesus ilustrou Sua crítica aos fariseus através do Seu sistema de discipulado sem ambições egoístas nem hipocrisia.
3. Redefiniu o que significa ser um discípulo: Pessoas que amam umas às outras como a si mesmas, e a Deus acima de todas as coisas.
4. Demonstrou como aplicá-lo hoje: Jesus foi o modelo de discipulador.
Por isso, Dietrich Bonhoeffer, no clássico The Cost of Discipleship, afirma que “cristianismo sem discipulado é sempre cristianismo sem Cristo. Ele permanece uma ideia abstrata, um mito que tem um lugar para a paternidade de Deus, mas omite Cristo como o Filho vivo” (p. 64).

III. Crescimento espiritual
"Entre as lições quase inumeráveis ensinadas pelos vários processos do crescimento, algumas das mais preciosas são apresentadas na parábola do Salvador, sobre a semente. ... A germinação da semente representa o começo da vida espiritual e o desenvolvimento da planta é uma figura do desenvolvimento do caráter. Não pode haver vida sem crescimento" (Ellen White, Maravilhosa Graça [MM 1974], p. 195).

Seguindo o modelo dos seres vivos, a vida humana obedece às mesmas etapas: nascimento, crescimento e morte. Como cristãos, no entanto, escrevemos uma biografia diferente, que apresenta novo nascimento, crescimento, descanso e vida eterna.

Em diferentes épocas, fases distintas dessa experiência foram enfatizadas pela Igreja, geralmente, priorizando o novo nascimento – a conversão e o batismo. Hoje, a Igreja tem assumido uma posição bem mais equilibrada e saudável, compreendendo a importância de focalizar não só o novo nascimento, mas também o crescimento do cristão. Na assembleia da Associação Geral, em 2005, a doutrina número onze foi acrescentada, refletindo esse pensamento.

Em Efésios 4:14 e 15, Paulo reconheceu a possibilidade de pessoas estagnarem em um estágio inicial em sua vida espiritual, comparando-as com crianças (nepioi, no original grego, também usada em Mateus 11:25 e Romanos 2:20). No entanto, o Comentário Bíblico Adventista ressalta que a ênfase nesse caso é negativa. "
Somos incentivados a nos tornar como ‘crianças’, (paidia, no original) em Mateus 18:2-4, quanto à humildade e confiabilidade, mas não na impulsividade e imaturidade." A mesma exortação ao crescimento é feita em 1 Pedro 2:1-3, 2 Pedro 3:18 e por Paulo em 2 Coríntios 7:1.

IV. Eu, um discípulo
Uma exortação deve ser dada quanto aos fatores que dificultam o crescimento espiritual. Berndt D. Wolter (Como se faz um cristão,Ministério, nov.-dez./2011, p. 9-10) explica algumas percepções distorcidas:

(1) influência da coletividade: espera-se que aconteça com todos;
(2) transferência de responsabilidade: espera-se um empurrão espiritual do grupo;
(3) pensamento fatalista: espera-se que só aconteça com alguns;
(4) atitude de espectador: espera-se que o grupo faça enquanto assisto; e
(5) inveja espiritual: espera-se ser o que alguém é.

Há ainda outros mitos comuns relacionados com essas percepções que impedem o desenvolvimento espiritual do cristão.

(1) "Dentro da igreja, todos estão crescendo espiritualmente de forma igual": Na família de Deus o crescimento é um processo individual. E vale lembrar que alguns crescem mais rapidamente do que outros. Enquanto outros crescem mais vagarosamente, mas oscilam menos.

(2) "Na igreja não existe responsabilidade fraternal" :"Um dos planos divinos para o desenvolvimento é a comunicação. O cristão deve adquirir forças, fortalecendo outros. ‘O que regar também será regado(Pv 11:25). Isso não é somente uma promessa; é uma lei divina, uma lei pela qual Deus designa que as correntes de benevolência, como as águas do grande abismo, sejam postas em constante circulação, refluindo à sua fonte. No cumprimento a essa lei está o segredo do crescimento espiritual” (Ellen White, Maravilhosa Graça[MM 1974], p. 283).

"A verdadeira santificação vem por meio da operação do princípio do amor. ... A vida daquele em cujo coração Cristo habita, revelará a piedade prática. O caráter será purificado, elevado, enobrecido e glorificado. A doutrina pura estará entretecida com as obras de justiça. Os preceitos celestiais serão mesclados com as práticas santas" (Ellen White, Atos dos Apóstolos, p. 560).

Por ser natural que cada um esteja em um estágio diferente do crescimento, a Palavra também orienta nesse convívio, dando a responsabilidade aos irmãos de não escandalizarem uns aos outros (Mt 18:6-9). Ainda para com os irmãos da igreja, é necessário tato espiritual. A compreensão sobre o processo de crescimento certamente deve se refletir no tratamento e apoio que se oferece entre as pessoas. O oposto disso, obviamente, era a maneira fria, calculista e desprovida de espiritualidade com que os fariseus tratavam os pecadores, motivo pelo qual foram repreendidos por Jesus.

(3) "O crescimento espiritual gera um crescimento automático da igreja": Na maioria dos casos, o crescimento espiritual leva a um crescimento da igreja, sim, mas nem sempre é automático. Sob a condução do Espírito Santo, esse é o resultado natural. No caso da experiência pessoal, alguém poderia dizer que santificação é o processo pelo qual o cristão, em sua comunhão com Deus, a cada momento, passa a ser menos do mundo e mais no mundo (Jo 17:14-15). Em outras palavras, a vontade e o caráter são transformados pelo amor de Deus e o testemunho desenvolvido pelo Seu poder. Para que o crescimento espiritual seja completo em cada etapa, é necessário que essa experiência inclua a utilização dos dons na pregação do evangelho e no testemunho pessoal.

(4) "Durante o crescimento espiritual não pecarei mais": Uma história procura ilustrar essa questão. Uma menina aceitou Jesus como seu Salvador e se tornou membro da igreja local. "Você era uma pecadora, antes de receber o Senhor Jesus em sua vida?" perguntou um diácono zeloso. "Sim, senhor", ela respondeu. "Bem, você ainda é uma pecadora?" insistiu o homem. "Francamente, sinto que sou mais pecadora do que nunca." "Mas, então, qual foi a mudança real que você experimentou?" "Não sei bem explicar isso, mas eu era uma pecadora que corria atrás do pecado. Agora, sou uma pecadora que corre do pecado!"

(5) "O crescimento espiritual só acontece até os 60 anos": É relatado que, quando Pablo Casals, o virtuoso catalão, completou 95 anos, um repórter iniciante o questionou: "Sr. Casals, aos 95 anos, sendo o maior violoncelista que já viveu, por que o senhor ainda pratica seis horas por dia?" E Casals respondeu: "Porque eu acho que ainda estou progredindo."

ILUSTRAÇÃO
C.S. Lewis conta que, quando criança, com frequência tinha dor de dente. No entanto, ele sabia, que, se chamasse a mãe, ela lhe daria algo para tomar que não deixaria doer o dente, durante aquela noite e ele poderia dormir. Mas ele não procurava a mãe até que a dor se tornava insuportável. A razão era a seguinte: ele não duvidava de que ela daria um analgésico para ele, mas também sabia de outra coisa: ela o levaria ao dentista no dia seguinte. Ele não conseguia o que queria, sem levar a segunda parte, que não era desejada. Sua vontade era eliminar a dor momentânea. A da mãe era eliminá-la de forma permanente.

C.S. Lewis conclui a comparação dizendo que Deus é como o dentista. Muitas pessoas O procuram para curar um pecado particular. Bem, Ele vai sanar aquele problema, mas não vai parar ali. Pode ser que aquilo seja o que você tenha pedido, mas uma vez que você se coloca sob Seus cuidados, Ele lhe dará o tratamento completo: uma vida transformada.

Fazer discípulos não tem nada a ver com ganhar pessoas para uma filosofia ou torná-las pessoas boas, que sorriem sempre. Em vez disso, a Grande Comissão lança uma missão de resgate; todos os seguidores recebem ordens com autoridade total para agir onde quer que estejam. Discipulado envolve salvar pessoas delas mesmas e da condenação eterna, permitindo que o poder transformador de Deus as mude de dentro para fora” (Bill Hull, A Complete Book of Discipleship, p. 27). O segredo é que uma pessoa transformada pode mudar o mundo.

"
Se nos fosse possível obter plena compreensão de Deus e Sua verdade, não haveria para nós novas descobertas de verdades, nem maior conhecimento, nem desenvolvimento adicional. ... Graças a Deus que não é assim! Sendo que Deus é infinito, e que nEle estão todos os tesouros da sabedoria, poderemos, durante toda a eternidade, estar sempre pesquisando, sempre aprendendo, sem nunca esgotar as riquezas de Sua sabedoria, bondade ou poder" (Ellen White, Maranata, o Senhor Vem, [MM 1977], p. 363).

Autor deste comentário: Pr. Marcelo E. C. Dias Professor do SALT/UNASP
Doutorando (PhD) em Missiologia pela Universidade Andrews mecdias@hotmail.com